O Inter encerra nesta quarta-feira (29), contra o Paysandu, um mês movimentado. A partida em Belém, a partir das 19h15min, que vale classificação às quartas de final da Copa do Brasil, será a oitava dos colorados em maio.
Desde a vitória sobre o Flamengo, no Beira-Rio, pela 2ª rodada do Brasileirão, até o empate com o Santos, no último domingo, pela mesma competição, Odair Hellmann teve apenas um período livre para treinos durante a semana, entre os jogos contra Cruzeiro e CSA, ambos em casa. De resto, o calendário foi cheio, com Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
Por isso, o questionamento para a noite desta quarta: com a vantagem de avançar de fase até mesmo com derrota por um gol de diferença no Mangueirão, será que o técnico colorado vai preservar jogadores?
Com a sequência de duas partidas longe de Porto Alegre, o Inter nem voltou ao Estado após o 0 a 0 na Vila Belmiro. O grupo de jogadores treinou na segunda-feira em Guarulhos (SP) e, depois, viajou ao Pará, onde fez mais uma atividade nesta terça (28).
Odair contou com quase todo o grupo que levou a Santos – apenas Iago, que já está com a seleção olímpica, e Camilo, de saída para a Chapecoense, não seguiram para Belém. Zeca se juntou à delegação na segunda e é opção para o jogo.
A ausência de Iago será uma novidade para o Inter. Pela primeira vez, o lateral-esquerdo não estará em campo neste mês: ao lado de Víctor Cuesta e do goleiro Marcelo Lomba, ele é um dos "fominhas" que atuaram em todos os minutos desde o dia 1º. Também vêm em longa sequência o atacante Nico López – titular nos sete jogos, mas substituído por Odair em cinco oportunidades – e o volante Rodrigo Lindoso, que não deixou o time desde que assumiu a vaga do lesionado Rodrigo Dourado, contra o Palmeiras.
Mesmo que o ritmo das últimas semanas seja intenso, essa série de jogos é normal na programação das equipes da Série A. Se depender apenas da parte fisiológica, não haveria motivos para poupar ninguém, entende o preparador físico Márcio Faria Corrêa, que trabalha no Oeste-SP na Série B.
– Cada clube tem seu momento estratégico para decidir sobre preservações. Algumas equipes contam com jogadores parecidos nos seus grupos, e isso favorece para poupar. A carga de trabalho nos clubes é dosada para duas partidas por semana. Isso é controlado e trabalhado pela comissão técnica, pela preparação e pelos jogadores. Se as coisas vão se acumulando, aí pode ser feita uma alteração – explica.
Além disso, há a perspectiva de uma longa pausa pela frente em poucos dias: depois de encarar o Bahia, em 12 de junho, o clube ficará um mês sem partidas oficiais, devido à paralisação do calendário para a disputa da Copa América. Os jogadores terão folga de uma semana, entre os dias 13 e 20, se reapresentam no dia 21 e, em seguida, partem para uma semana de intertemporada em Atibaia (SP).
Corda esticada até a Copa América
Com a parada da Copa América, Odair terá a chance de recuperar jogadores que se lesionaram em maio – como Dourado e Moledo –, além de preparar com calma o retorno de Patrick, que iniciou na segunda a fase final de trabalho para voltar ao time. Com o recesso dentro de 15 dias, é possível chegar ao limite, já que haverá tempo de sobra para tratar problemas leves durante as férias.
– Existe um processo que chamamos de "treinabilidade", que agrega os complexos fisiológico, psicológico e também o tático. Por quanto tempo o atleta se expôs ao treino? Qual o seu tempo necessário de recuperação? Tudo isso precisa ser avaliado. Teoricamente, este seria o momento de deixar um pouco mais, mas tudo precisa ser bem condicionado. Qualquer lesão atrapalha, mas é uma vantagem ter este momento para se recuperar. É melhor contar com essa pausa do que precisar fazer isso durante o período de jogos – completa Corrêa.
Bicampeão da América com o Inter em 2006 e 2010, o hoje treinador Bolívar concorda que, com jogos decisivos pela frente nesta quinta-feira noite e pelo Brasileirão, todo mundo quer estar em campo. Cabe à comissão técnica ajeitar suas peças para contar com o time a toda nas próximas partidas.
– Isso parte muito mais dos atletas do que do treinador. Jogador quer sempre estar em campo. Mas, em uma sequência como essa, é natural um planejamento diferente por parte do Inter. Entra muito também a fisiologia, o que tem muita influência na decisão – diz o ex-zagueiro, que faz a ressalva: – Como vai ter um bom tempo para recuperação, isso dá uma tranquilidade aos jogadores e à comissão. Sempre é bom se manter com ritmo de jogo, até para não deixar o técnico com dúvida. Vai que ele testa alguém na sua posição e o cara joga bem? – brinca.
Entre dar chances a novos jogadores ou manter a corda esticada, Odair tem opções de sobra para conseguir o resultado que o Inter precisa hoje, contra o Paysandu. Com a vaga às quartas de final na mão, fica mais fácil planejar a sequência de jogos antes da pausa para a Copa América – para voltar 100% em julho, na continuação da temporada.
Os fominhas do Beira-Rio
Veja os jogadores que atuaram em maio
- Marcelo Lomba — 630 minutos* (7 jogos)
- Iago — 630 minutos* (7 jogos)
- Víctor Cuesta — 630 minutos* (7 jogos)
- Nico López — 540 minutos (7 jogos)
- Rodrigo Lindoso — 540 minutos (6 jogos)
- Paolo Guerrero — 521 minutos (6 jogos)
- Edenilson — 510 minutos (6 jogos)
- Zeca — 504 minutos (6 jogos)
- Nonato — 428 minutos (6 jogos)
- Rodrigo Moledo — 376 minutos (5 jogos)
- D’Alessandro — 337 minutos (6 jogos)
- Guilherme Parede — 304 minutos (6 jogos)
- Emerson Santos — 254 minutos (3 jogos)
- Rodrigo Dourado — 180 minutos (2 jogos)
- Patrick — 165 minutos (3 jogos)
- Rafael Sobis — 126 minutos (5 jogos)
- Sarrafiore — 113 minutos (5 jogos)
- Bruno — 90 minutos (1 jogo)
- William Pottker — 33 minutos (2 jogos)
- Rithely — 20 minutos (1 jogo)
- Neilton — 18 minutos (1 jogo)
*Atuaram em todos os minutos dos sete jogos