Em busca da confirmação da liderança do Grupo A, o Inter recebe ao River Plate no Beira-Rio nesta quarta-feira (3) embalado pelos 100% de aproveitamento na competição. A vitória contra o organizado Caxias, no final de semana, dá tranquilidade e confiança para este duelo continental.
O atual campeão da Libertadores começou o torneio como grande favorito ao título, mesmo tendo perdido um dos seus maiores destaques para a MLS, o meia Pity Martinez. O técnico Marcelo Gallardo tem mostrado, ao longo de 2019, uma capacidade impressionante de se reinventar e fazer o time jogar com diferentes esquemas e escalações.
Desta vez, a confirmação das ausências do goleiro Armani, do lateral Casco, do meia Palacios e do atacante Scocco transforma o desafio do treinador millonario (como a torcida do River chama seu time) maior do que já era. Gallardo precisará tirar coelhos da cartola pra montar uma equipe competitiva.
Assim como fizemos com o Palestino, vamos dar uma olhada no Mapa de Influência Ofensiva do River Plate. Para montar o gráfico, levei em consideração os seguintes fundamentos: gols marcados, chances criadas, assistências, passes de ruptura, finalizações, valor esperado de gol (expected goals, xG) e o Índice InStat, um valor que traz a soma da eficiência do atleta nos jogos.
PRATTO E SUÁREZ SÃO DESTAQUES
A ausência do meia colombiano Juan Quintero também será sentida. Principalmente porque ele estava no melhor momento da sua carreira, assumindo a responsabilidade do time, com seis gols marcados e 19 chances criadas.
Mas estarão presentes os atacantes Lucas Pratto e Matias Suárez. O centroavante campeão da América dispensa apresentações e, além dos quatro gols marcados, já deu 53 passes-chave na temporada. Ninguém fez mais que ele nesse quesito no time. Já Suárez, que chegou em janeiro, logo ganhou a confiança de Gallardo com três gols, uma assistência e 15 chances criadas.
PLATAFORMAS TÁTICAS
Gallardo tem o grupo na mão, e isso é muito importante porque permite que estratégias sejam mudadas durante as partidas de acordo aos adversários e suas forças e fraquezas. Assim, o River tende a se defender em duas linhas de quatro, mas na hora de construir pode variar em um 4-2-3-1, um 4-3-3 e um 4-4-2 losango.
O interessante é que a linha de meias tende a jogar muito pelo meio, próximos um do outro e dando suporte ao centroavante, que também participa muito da construção ofensiva. A amplitude geralmente é dada pelos laterais, que não gostam muito de passar da linha do meio-campo.
EQUILÍBRIO NOS NÚMEROS
Poderia se pensar que o River Plate teria números muito superiores ao Inter na temporada, mas não é isso que acontece. Os argentinos jogaram 18 partidas contra 16 dos gaúchos, e há bastante equilíbrio entre as equipes nos fundamentos.
Com a bola, os Millonarios são mais perigosos: criam na média sete chances, com aproveitamento de 23% e 1,5 gol marcado por jogo. Já o Colorado é muito forte defensivamente, com 62% de aproveitamento nos desarmes e 0,6 gol sofrido na média. Detalhe para o índice de intensidade defensiva (PPDA), onde o River tem um valor excelente, melhor do que todos os times da Serie A do Brasileirão.
No começo do ano, eu cravaria sem dúvidas que o River Plate era favorito para esta partida. Mas o desempenho competitivo do Internacional na Libertadores mostra que o time de Odair Hellmann chega para a terceira rodada da fase de grupos com maturidade e com os ânimos lá em cima. Tudo indica que será um jogão de bola, e quem vencer garantirá o primeiro lugar da chave.
Números e gráficos da InStat, plataforma de dados de futebol.