Os jogadores do Inter têm a plena consciência de que o jogo contra o Flamengo significa o enfrentamento com um candidato direto ao título brasileiro, ainda que o campeonato esteja apenas começando.
A derrota com o time reserva em Chapecó alertou os atletas colorados para a necessidade de ganhar pontos no Beira-Rio para uma recuperação inicial numa tabela que trará compromissos difíceis nas próximas rodadas — como Palmeiras e Cruzeiro. O volante Patrick prevê dificuldades na próxima quarta-feira (1), mas mostra otimismo:
— É jogo grande. São dois times que certamente vão brigar pelo título. Temos que entrar forte. Nossa equipe descansou no momento certo. Tivemos uma derrota que não esperávamos em Chapecó e agora temos que pontuar para recuperar.
O volante não concorda com as críticas feitas a Odair Hellmann após a derrota para a Chapecoense pela escolha de um time alternativo para estrear no Brasileirão.
— No Gauchão, tinha gente que falava que a equipe de baixo estava melhor do que a de cima. Agora, depois da primeira derrota no Brasileirão, já dizem que a equipe alternativa não funciona mais. Não é bem assim. Fizemos um grande jogo e tomamos gols que normalmente não tomaríamos. Agora, é levantar a cabeça e mostrar o que já foi mostrado no Estadual — analisou.
A confiança de Patrick se dá em função de um pacto que ele diz ter sido firmado entre os jogadores colorados ao ser elaborada a estratégia para o time chegar ao título brasileiro:
— Temos uma parceria combinada de que toda a partida será uma final para nós. A da Chapecoense foi e não tivemos um bom resultado. Em campeonato de pontos corridos, tem que procurar pontuar fora de casa e vencer aqui. Todo o jogo é decisivo. Agora é mais uma final, e vamos ter que conseguir os três pontos de qualquer jeito.
Para o jogo do Beira-Rio nesta quarta, Patrick tem uma certeza: a do apoio da torcida, mesmo que tenha havido contestação às decisões recentes do treinador e da diretoria quanto à preservação de jogadores diante do acúmulo de jogos. O volante chega a demonstrar um sentimento de dívida junto ao torcedor.
— A gente acredita que a torcida vai incentivar, como sempre fez. Jamais poderemos reclamar disso. Nós temos que responder dentro de campo para a recíproca ser verdadeira — assegurou.
Ao definir como "um grande jogo" o duelo com os cariocas, Patrick conta com a qualificação do adversário e as dificuldades que serão impostas pelo Flamengo em função do estilo do técnico Abel Braga e do elenco rubro-negro.
— Pelas características dos jogadores que ele (Abel) tem, com a bola, o time deles vai procurar jogar e, sem ela, vai se defender bem. Eles sabem da nossa força dentro de casa e faremos algo parecido. Defenderemos forte e partiremos para o jogo, como sempre fizemos no Beira-Rio. Temos que preencher bem os espaços e, com a posse de bola, errar o mínimo possível para não dar chance de contra-ataque, algo que é uma arma muito forte do Flamengo — observou.
Com equipe titular em campo, o Inter terá diante do Flamengo as presenças de Paolo Guerrero e Rodrigo Dourado em boas condições, conforme se viu no treinamento desta segunda-feira. Além da capacidade do atacante, Patrick faz uma referência especial a Dourado, jogador cuja presença em campo coincide com estatísticas altamente positivas do Inter:
— Ele é o nosso capitão, já está há muito tempo na equipe e é importante para o clube e para a gente. O Dourado protege bem a zaga e os meias, além de servir bem na transição. É o nosso termômetro que, quando está em campo, e bem, o Inter tem muito a crescer e ficar perto da vitória.