Quando um clube decide poupar jogadores, é sempre a rodada seguinte que define se a medida foi um erro ou um acerto. Se o próximo jogo depois da atuação dos reservas vier com vitória dos titulares, tudo é festa. Se a equipe perde ou empata mesmo com os atletas principais descansados, entra para a história como equívoco.
Logo, somente após a partida contra o Flamengo, na quarta, a decisão de Odair Hellmann ganhará sua avaliação definitiva. Mas, qualquer que venha a ser esse resultado,
a folga dos titulares contra a Chapecoense causa estranhamento. Era a primeira rodada do Brasileirão, torneio que os colorados não vencem no campo desde 2005 ou, pelos registros da CBF, desde 1979. Era contra a Chapecoense na Arena Condá, onde o tigrão colorado costuma virar gato angorá. E era importante compensar a perda do Gauchão.
A decisão ilustra um engano que o Inter tem cometido desde o início da era de pontos corridos: achar que uma derrota evitável pode ser compensada depois. Sucessivas comissões técnicas tendem a acreditar que um ponto perdido pode ser recuperado mais adiante. Não pode. Palavra dita, flecha lançada e pontuação perdida não voltam mais. Estaremos sempre três pontos atrás do que poderíamos estar.
É diferente de um mata-mata, em que é possível se recuperar na partida de volta: basta superar o único adversário direto. Essa crença não vale para uma competição como o Campeonato Brasileiro. Essa ilusão ajuda a explicar por que não vencemos o Brasileirão no campo desde 2005 ou, para a CBF, há 40 anos.
O ideal teria sido enviar a Santa Catarina um time misto. Mas isso tudo deixa de ser importante, claro, se o Inter patrolar Flamengo, River Plate & Cia. Energia para isso não poderá faltar.