Com toda sinceridade, não consigo entender o que leva um torcedor a sair de casa numa quinta-feira a noite pra ir ao estádio "torcer" pelo seu time e, com três minutos de jogo, começar a vaiar um jogador. Do próprio time.
Foi o que presenciei na última quinta-feira. Na primeira bola lançada em profundidade para William Pottker na esquerda, ele ganhou na velocidade de três defensores do Pelotas, olhou pra área, viu que não tinha ninguém e teve de dar meia volta e recuar a bola. Nesse momento, vi e ouvi as primeiras vaias.
Repito: era apenas o terceiro minuto de jogo. O que pode surtir de efeito positivo com esse tipo de "apoio"? Absolutamente nada. Só atrapalha os jogadores em campo e encoraja outros torcedores a fazerem o mesmo.
Por que eu não vaio
Que fique bem claro que não sou contra a vaia. Ela é um direito do torcedor. Mas não concordo com ela durante o jogo _ e vou explicar por que. Já vaiei muito jogador no estádio. Achava que aquilo resultaria em indignação do vaiado.
Em 2006, direcionei muitas das minhas vaias a Adriano Gabiru durante o ano todo. Ele sempre me pareceu um jogador promissor, mas sua demora em tomadas de decisão que exigiam agilidade me irritavam. E eu transformava isso em vaia.
Em Yokohama, quando vi que ele entraria no lugar de Fernandão, prometi para mim mesmo que, se ele fizesse um gol, eu nunca mais vaiaria um jogador no estádio. Pois bem: cumprirei a promessa até o fim dos meus dias.