A juíza Sonáli da Cruz Zluhan, que responde como substituta pela 11ª Vara Criminal do Fórum Central de Porto Alegre, encaminhou nesta quinta-feira (10) um ofício ao Ministério Público (MP) para que a instituição se manifeste sobre a manutenção ou não do segredo judicial nas investigações sobre desvio de dinheiro do Inter entre 2015 e 2016, durante a gestão de Vitorio Piffero.
O sigilo foi solicitado pelo MP, e decretado pela Justiça, logo após o início da apuração, no ano passado. Conforme a magistrada, o órgão terá 24 horas, a partir do recebimento do documento, para se manifestar.
A juíza pediu o parecer do MP após um dos advogados dos investigados solicitar que o segredo seja mantido. No final de dezembro, o órgão deflagrou a Operação Rebote, cumprindo 20 mandados de busca e a apreensão em residências e empresas na Capital, em Eldorado do Sul e em Viamão na investigação que apura os crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro na gestão do biênio 2015/2016 do Inter.
No começo desta semana, com o fim do recesso judicial, advogados de envolvidos tiveram acesso às investigações do Ministério Público. O jornal Correio do Povo publicou reportagem na qual revela que o MP identificou transações bancárias entre empresários de jogadores e ex-dirigentes do clube, incluindo Carlos Pellegrini, que foi vice-presidente de futebol, entre o começo de 2015 e junho de 2016. Os repasses de valores ocorreriam por parte de empresários quando atletas vinculados e eles eram contratados ou renovavam o vínculo com o clube.