Quando era pequena, via os guris jogando bola na pracinha, sentada na grama, ansiosa por um convite para participar (que nunca vinha). Não era de todo ruim, pois me divertia com as mudanças na cor das bochechas do meu irmão, que iam se avermelhando conforme ele ficava brabo: odiava participar do futebol do bairro. Mas tive a sorte de não ter pais conservadores: me matricularam em uma escolinha e liberaram o primogênito para abandonar as chuteiras.
Até aí, tudo certo. O problema foi que em mais ou menos 20 minutos da primeira aula, a verdade veio à tona: tenho zero talento para jogar bola. Resisti bravamente, acreditando que poderia aprender: esquentei o banco de reservas por cerca de dois anos e colecionei pés torcidos. Acabei desistindo e focando em assistir partidas ao invés de jogá-las.
Apesar da minha tentativa frustrada de ser a Marta, continuei jogando com um grupo de amigas por muito tempo (ou estragando o jogo, coitadas) e me interessando cada vez mais por futebol feminino. O que me fez ansiar por muito tempo que tivéssemos uma equipe de coloradas para torcer. E é legal que tenhamos, atualmente, equipes femininas de Inter e Grêmio, e a FGF organizando o Gauchão Feminino. Reconheço que avançamos, mas ainda temos um longo percurso pela frente.
Vamos apoiar as gurias
Fiquei feliz pela oportunidade de ver as gurias jogando no Beira-Rio, ainda que não tenhamos conquistado o título. Mas a campanha foi sensacional e merece atenção da torcida na próxima temporada. Vamos comigo acompanhar as gurias do Inter no ano que vem?