Nico López é um protagonista do bom momento do Inter. Espécie de cobaia de um projeto multidisciplinar do clube, que envolve da nutrição à psicologia (passando é claro, pelos aspectos técnicos, físicos e táticos do jogo), o uruguaio mudou de patamar na equipe. Assumiu definitivamente a condição de titular incontestável no time de Odair Hellmann, não sofre mais qualquer tipo de contestação e, com a sequência, chegou a 30 gols, subiu no ranking de artilheiros estrangeiros colorados, deixando para trás Elías Figueroa e abrindo perseguição ao compatriota Ruben Paz (que marcou 69). A caça aos líderes é mais complicada: os argentinos Villalba e D'Alessandro têm 153 e 85, respectivamente.
Uma das causas para o crescimento de Nico foi a polivalência. Após conversar com direção e comissão técnica, o jogador ganhou liberdade para atuar tanto na construção das ações ofensivas quanto na finalização, além de poder ocupar tanto os lados do campo quanto a faixa central. Com mais espaço e responsabilidade, apareceu o talento do uruguaio que encantou a América na Libertadores de 2015, quando foi o craque do Nacional-URU.
— Nico pode jogar nas duas funções (como ponta aberto ou atacante centralizado). No início, tinha restrição para jogar pelo lado por estar jogando há muito tempo solto, como um atacante nas duas linhas de quatro. Conseguimos mostrar para que tinha capacidade para fazer o corredor e flutuar para dentro. Ele teve confiança para isso. É um segundo atacante ou armador, está adaptado e concentrado — analisou o técnico Odair Hellmann.
Comentarista da Globo, Caio Ribeiro esteve no Beira-Rio no último domingo e saiu encantado com a atuação do uruguaio diante do São Paulo:
— Gosto demais do Nico López. Acho que ele é um dos melhores atacantes do Brasileirão. Por exemplo, Damião joga dentro da área para fazer gol. Tem os que jogam pela beirada. E tem os atacantes que são tudo isso. Nico é o mais completo. Tem jogada individual, tem assistência, faz gol. Bate pênalti em jogo grande.
Para o ex-atacante, a impressão que ficou é a de que o uruguaio está adaptado a Porto Alegre e ao estilo do clube e do futebol brasileiro:
— A melhora do Nico tem a ver com o tempo que a gente cobra pelo jogador dar resposta, tem a língua diferente. A escola sul-americana sempre se deu melhor no RS pela proximidade. Mas são pessoas. Cada um tem o seu tempo. Claro que houve uma cobrança grande nele pela atuação na Libertadores em 2016.
Pelas rádios Globo e CBN, o analista da vitória colorada no domingo foi Gabriel Dudziak. Em sua avaliação, Nico deixou claro que rende mais se estiver pelos lados do campo, como atuou a partir da entrada de Leandro Damião.
— Nico foi um dos destaques contra o São Paulo, atrás de D'Alessandro e Damião. Centralizado, acho que ele não foi tão bem, mas depois cresceu quando saiu da posição de centroavante. Me parece mais ligado agora, tanto com a bola, driblando, partindo para cima, quanto sem, marcando, pressionando. Estamos vendo um Nico López decisivo, principalmente atuando pelo lado.
Depois de chamar a atenção da América na Libertadores de 2015, Nico está bem perto de retornar à Libertadores, agora vestindo a camisa do Inter.
Nico no Inter
- 108 jogos (71 como titular)
- 30 gols
- 10 assistências
Em 2018
- 41 jogos (27 como titular)
- 12 gols
- 6 assistências
No Brasileirão 2018
- 26 jogos (sequência de 17 jogos como titular, desde contra o Vasco na 10ª rodada, e ainda foi titular também na 2ª rodada contra o Palmeiras)
- 9 gols
- 4 assistências
- Participou de 1/3 dos gols do Inter no Brasileirão (13 de 39)