Com o 3 a 2 sobre o Vitória, ontem à noite, no último lance, o Inter deixou para trás o fantasma do Barradão, quebrou duas marcas incômodas e deu um salto na tabela do Brasileirão. Agora, é o quarto colocado, com 14 pontos, a dois do líder São Paulo.
Com os gols de Patrick, Aderllan (contra) e Nico López, o time gaúcho voltou a vencer os baianos em Salvador depois de 15 anos e também um time de Série A na condição de visitante após duas temporadas. Mais do que isso, o resultado dá tranquilidade e confiança para o time de Odair Hellmann sonhar na competição. No sábado, a equipe enfrenta o Sport, no Beira-Rio.
Tudo indicava que os três pontos viriam com facilidade desta vez. Um primeiro tempo de maturidade e ousadia foi premiado pela eficiência até os 44 minutos. As chances criadas foram convertidas em gol. A defesa corria poucos riscos. Até o pênalti. Quando Rossi desperdiçou a cobrança, o Vitória se animou e descontou ainda antes do intervalo.
No segundo tempo, o time baiano atirou-se para a frente e buscou o empate. Os três pontos, então, logo se transformaram em apenas um. E quando parecia que virariam zero, tamanha era a pressão do time baiano, uma grande jogada de Víctor Cuesta terminou com o gol de Nico nos acréscimos que garantiu a primeira vitória do Inter fora de casa — e a terceira consecutiva — no Brasileirão 2018.
— A vitória no final da partida mostra que a equipe buscou, acreditou até o fim. Isso é mérito dos jogadores, do nosso trabalho. A gente tem de continuar assim. Não pode relaxar — comemorou o técnico Odair Hellmann.
— O que importa neste momento são os três pontos e as três vitórias consecutivas. O Campeonato Brasileiro é difícil. Temos de valorizar esses três pontos. São 15 anos que a gente vinha jogar aqui e não vencia.
Rossi, que foi de herói no domingo a quase vilão na quarta, recebeu ampla defesa do treinador, quando comentou o erro do pênalti. Segundo o treinador, o atacante não descumpriu qualquer orientação quando assumiu a cobrança.
— Estávamos sem D'Alessandro e Damião, nossos batedores. Quando eles não jogam, o leque é ampliado. Vários jogadores treinaram. Lucca, Rossi e Pottker estavam autorizados. Rossi se sentiu confiante e bateu. Errou, faz parte. Não pode é baixar a cabeça — disse, antes de explicar por que ficou conversando com o jogador ao final da partida: — Dei moral para ele, confiança. Ele fez grande partida, nos deu a vitória contra o Corinthians. Claro que ficou chateado. Mas minha regra é dar força quando o jogador precisa. O erro de pênalti é nosso, não é dele.
Outra falha da partida foi a de Danilo Fernandes, no segundo gol do Vitória. O goleiro não saiu em uma cobrança de escanteio na área pequena, deixando para Aderllan marcar. E admitiu seu erro:
— A bola do gol era minha. No aquecimento, a gente reclamou do refletor. Na jogada do gol, eu não vi nada. Coisas do futebol. Graças a Deus o Nico me ajudou. Merecíamos a vitória. Tivemos chances de matar o jogo no primeiro tempo e o resultado foi justo. Foi no sofrimento, né? Se todo jogo for assim, no último minuto, a gente sai feliz. Haja coração!
O próprio Odair se permitiu brincar com a vitória nos acréscimos, mais uma vez:
— Deu dor no coração, nos braços. Não sabia se ia morrer. O último jogo já foi assim. Vou falar com eles para ver se não dá para ser aos 38, senão o coração do Papitinho vai enlouquecer.