A primeira vitória fora de casa, por 3 a 2, não precisava ser assim tão sofrida. A bola do jogo, é claro, poderia ter sido o pênalti desperdiçado por Rossi, aos 43 minutos do segundo tempo. Se faz 3 a 0 ali, o Vitória iria sumir nas vaias da torcida no Barradão. Mas, como diz Muricy Ramalho, a bola pune.
O Inter facilitou ao não definir ali. Ressuscitou os baianos. O controle das ações da primeira etapa, com posse de bola, finalizações e força defensiva no 4-1-4-1, mudou de lado. De liquidado, o Vitória percebeu que ganhara uma chance de sobreviver. Descontou meio na sorte, em um chute no qual a bola desviou em Zeca.
Esteve perto até de virar no segundo tempo, após Danilo Fernandes falhar, saindo mal pelo alto, permitindo o cabeceio e o empate. O Inter parecia cansado, desacostumado ao ritmo quarta e domingo.
Mais aí Odair Hellmann brilhou de novo. Colocou sangue novo: Juan Alano, Nico López e Brenner. Mexeu para vencer, tirando os extenuados Uendel, Pottker e Rossi. Melhorou. Não se contentou com o empate. Não desistiu de buscar os três pontos, ao contrário daquela eliminação na Copa do Brasil.
A cota extra de fôlego tirou a equipe da defesa nesta quarta-feira. O time é que recuou, sem a anuência do técnico. O gol de Nico no contra-ataque foi de alguém descansado. Sem as trocas, fatalmente a derrota viria.
O Inter de Odair fez 10 pontos dos últimos 12 disputados. Imagine como estará o Beira-Rio sábado, contra o Sport. Nunca foi tão fácil prever recorde de público.