Odair Hellmann foi seguro para a entrevista coletiva, após a sua estreia como treinador do Inter. O jogo-treino diante do Lajeadense, com goleada por 8 a 0, preparou o time para a estreia no Gauchão, que ocorrerá nesta quinta-feira, diante do Veranópolis, no Beira-Rio.
A boa impressão do novo treinador colorado se deu por conceitos que vem tentando implementar no time em 2018 e que, em sua avaliação, foram aplicados na tarde de futebol no CT Parque Gigante.
Exemplo disso é a posse de bola. Para a temporada que está por vir, Odair que um outro Inter. Ele espera que o chutão, algo tão recorrente nos últimos tempos, seja deixado de lado e substituído pela troca de passes. Mas tudo isso, entende, com um propósito:
— Futebol é gol. Não pode só ficar com a bola. Ficar com a bola é 0 a 0. É preciso ficar com a bola para ser objetivo. Para chegar com perigo, cruzar, infiltrar, enfim, para fazer o gol. Não é posse por posse. É para construção e buscar o gol.
O técnico viu isso no trabalho de sábado. Questionado se não houve, em certos momentos, um excesso de cruzamentos para a área, disse:
— Acho que fizemos poucos cruzamentos e pouca bola para a área. O time tentou muita bola no chão. Tivemos algumas bolas para a área porque fecharam bem e nós, com paciência, tentando pelo chão. E há momentos que tem que cruzar, temos dois bons centroavantes — analisou.
De olho na estreia no Gauchão, Odair afirmou que ainda há, e sempre haverá, como falou, muito espaço para o time progredir. O treinador também fez a ressalva de que o time chegará para o duelo com apenas duas semanas de treinamento. Mas colocou:
— Tenho certeza que o torcedor virá e tentaremos evoluir. Folgamos amanhã (domingo), trabalharemos segunda e espero que façamos uma boa estreia.
Sobre a nova maneira de o time atuar, Odair comentou:
—Esse é um ponto de partida, de ideia de jogo. De sistema de jogo. Trabalhamos uma variação do sistema, não mudamos o conceito, mas trabalhamos uma variação. isso pode ser introduzido em qualquer tempo. Eu tenho trabalhado, tenho feito trabalhos nesse sentido, que é dentro de um mesmo sistema mudar as características dos jogadores e fazer variação para outro sistema. Durante os treinos, oportuniza, troca, é um desenvolvimento. Há um ponto inicial, com o decorrer dos treinos, você pode fazer uma observação maior. A gente tenta fazer um time equilibrado, que fique com a bola, mas o futebol é gol. Não pode ficar com a bola. É 0 a 0 com perigo de sofrer contra-ataques. Ficar com a bola é com objetivo para infiltrar ou para fazer cruzamentos. Para fazer o gol. é o objetivo. Não é posse por posse. É posse para construção objetiva para buscar o gol.
Questionado sobre a presença de Camilo e de D'Alessandro juntos, o treinador analisou:
—São dois meias de criação. O Camilo com capacidade de infiltração, o D'Ale é organizador, inteligente, o Camilo tem oportunidade de fazer infiltração. Eles infiltraram tiveram diagonais boas. São dois meias de muita qualidade que a gente está tentando que se aproxime. Que tenha construção de jogo qualificada. Eu sempre digo que é ponto de partida. Agora, estamos em evolução e em construção de equipe. Quero ter grupo forte, como apresentamos hoje, para que a gente possa construir uma equipe muito forte. Não acredito só em 11 jogadores. Com 11, você não consegue conquistar nada. Você consegue conquistar com um grupo para modificar sistema, característica. Aí, você vai ter time forte.
A respeito das vaias a Paulão, Odair se mostrou um tanto incomodado e se limitou a dizer apenas que a torcida sempre apóia o time.
— O que posso falar sobre o torcedor é que o torcedor sempre apoiou o Inter. Tenho certeza que vai apoiar o Inter a partir de quinta-feira. Vai vibrar, vai torcer e no momento que vai cobrar, vai cobrar. Eu não escutei (as vaias ao zagueiro). Estava concentrado no que tinha que fazer. O que posso falar é isso. O torcedor sempre apoiou e continuará apoiando o Inter - finalizou Odair.