Os shows de Bon Jovi, The Who, Paul McCartney e John Meyer levaram o público gaúcho ao delírio em 2017. Quem sofreu, no entanto, foi o gramado do estádio Beira-Rio, bastante danificado nos jogos do Inter na Série B por conta desses eventos. A direção colorada se mobiliza para resolver este problema na próxima temporada e já tem algumas ideias em mente.
A principal é tentar convencer a Brio, empresa gestora das áreas de entretenimento do estádio, a não realizar mais eventos no modelo chamado “Anfiteatro Estendido”, quando o palco é montado em uma das intermediárias do campo e é direcionado para uma das arquibancadas atrás do gol.
Nesse tipo de show, a capacidade é para 24 mil pessoas. Como nesta modalidade o palco é erguido dentro do campo, acaba prejudicando de forma significativa a grama. Foi assim, por exemplo, nos shows da banda The Who e do cantor John Meyer.
Se a ideia for aceita, a empresa ainda poderia organizar outros dois tipos de eventos. Em espetáculos grandes (como no show de Paul McCartney), por exemplo, quando todo o gramado é liberado para os fãs, o impacto é nulo. O mesmo ocorre em shows menores, no modelo "Anfiteatro Reduzido", quando apenas uma parte pequena das arquibancadas é liberada, com capacidade para 7 mil pessoas. Nesses dois casos, o palco é montado atrás de um dos gols e não gera dano algum no campo de jogo.
O contrato celebrado com a construtora Andrade Gutiérrez em 2012 não dá muitas opções. O Inter, além de não ter direito à receita dos eventos, não tem poder, por exemplo, para proibir a parceira de promover os shows. Trata-se de uma das contrapartidas pelo fato de a empreiteira ter arcado com todos os altos custos da reforma do Beira-Rio para a Copa do Mundo 2014. A única garantia contratual é que, em dias de jogos, a prioridade é do futebol.
A direção colorada, no entanto, tem uma boa relação com a Brio. A ideia será dialogar com a parceira para convencê-la a priorizar as duas modalidades de shows que geram menos danos ao campo de jogo. Um dos argumentos será mostrar que também é interessante para a empresa oferecer os seus serviços aos colorados sem prejudicar a atividade-fim do clube.
Além disso, os dirigentes colorados acreditam que 2017 foi um ano atípico. A convicção é que a realização do Rock in Rio, no Rio de Janeiro, trouxe por tabela muito mais shows internacionais ao Beira-Rio do que o normal. Por esta razão, o clube também espera que o gramado não sofrerá tantos danos na próxima temporada.