Menos de 24 horas separam os primeiros acordes da apresentação de Def Leppard — banda que abrirá o show do The Who — do apito inicial para Inter x América-MG, no Beira-Rio. A operação para colocar a casa em ordem depois do evento de terça (26) é considerada "de guerra" para que o estádio esteja em condições de receber a partida na quarta.
— Será uma operação de guerra. O trabalho vai demandar um acompanhamento muito detalhado para conseguirmos algo que até agora nunca tínhamos precisado fazer: desmontar uma estrutura de show para que um jogo ocorra no dia seguinte — afirmou Paulo Urnau Pinheiro, executivo e CEO da Brio, empresa que administra comercialmente o estádio.
Desde a remodelação do Beira-Rio, nunca uma estrutura de show foi desmontada em menos de 24 horas. A situação, que deve marcar um recorde, é inédita — já que será a primeira vez que o estádio sediará uma partida no dia seguinte a uma apresentação, garantiu o executivo.
Ao todo, 230 pessoas trabalharão na operação de desmontagem do palco do The Who. O número é 70% superior ao utilizado habitualmente. Tudo isso para que o processo, que começará por volta da meia-noite, com o término da apresentação, esteja concluído por volta das 17h de quarta-feira, quando os delegados da CBF farão uma vistoria técnica no campo.
Um fato que torna mais fácil a operação é de que o show dos britânicos será no modelo anfiteatro ampliado — quando o palco ocupa o espaço entre a risca da grande área e o círculo central, deixando, assim, praticamente dois terços do campo livres. A ideia é que tudo o que estiver sobre o gramado seja transferido para fora das quatro linhas até o meio-dia. Depois disso, o trabalho será remover as estruturas das beiradas, onde o piso é sintético.
No show da banda Bon Jovi, na terça-feira passada, o gramado foi completamente coberto por um tablado de proteção. Um dia depois, uma equipe de engenheiros agrônomos — que costuma atender o Allianz Parque, Morumbi e a Arena do Grêmio em ocasiões parecidas — já trabalhava para reparar o gramado que, em seguida, receberia uma nova estrutura.
Maristela Kuhn, a engenheira agrônoma responsável pela manutenção do gramado do Beira-Rio, afirmou que um balanço mais completo será feito na manhã de quarta-feira. Segundo ela, a montagem das estruturas segue protocolos que evitam que a grama seja danificada — Kuhn projeta que, se todo o planejamento for seguido, o impacto será mais estético do que funcional, o que significa que a grama deve estar em boas condições, mas pode sofrer alterações na coloração.