Os jogadores colorados não estão cansados, estão destreinados. O Inter não funciona como time e, por isso, o técnico Guto Ferreira permaneceu em Porto Alegre na manhã desta terça-feira, a fim de começar a construção da sua nova equipe. Sob fina chuva, D'Alessandro, Léo Ortiz, Edenílson, Rodrigo Dourado, Uendel, Nico López (os jogadores sacados da delegação que viajou a Florianópolis, a fim de enfrentar o Figueirense, na noite dessa terça), além de Sasha e Ernando treinaram por 90 minutos no CT Parque Gigante. E em alta intensidade.
Avaliações de bastidores dão conta que o trabalho do preparador físico de Antônio Carlos Zago, Carlos Pacheco, foi bem feito. Os números destes atletas que ficaram no CT não são ruins. Pelo contrário. Os jogadores colorados não estão sentindo o desgaste físico, mesmo com a sequência de jogos. Mas, sim, estão sendo vítimas de uma má performance coletiva. No futebolês, se chama "correr errado", o que acontece quando um time está mal treinado ou mal escalado e acaba se desgastando em demasia durante os jogos, comprometendo as performances individuais – casos dos recentes empates do Inter no Beira-Rio com ABC e com Juventude.
Leia mais:
Os que os surpreendentes números revelam sobre Figueirense e Inter
Leonardo Oliveira: Guto começa o período de observação no Inter
Para comandar treino, Guto Ferreira não viaja com a delegação do Inter
A situação atual é bem diferente da de 2015, quando o preparador físico uruguaio Fernando Pignatares foi demitido com o técnico Diego Aguirre, e o preparador da base João Goulart precisou começar um trabalho em agosto para recuperar o "pulmão" dos atletas.
Pois na manhã chuvosa de terça, Guto começou a remontar o Inter. Em decisão tomada com a direção do clube, a nova comissão técnica coloca todas as suas fichas na partida contra o Náutico, nesse sábado, no Beira-Rio. Após três finais de semana de crise em série, o jogo contra o Figueirense será um risco calculado. Um time que nunca atuou junto estará em campo no Orlando Scarpelli para tentar tirar o clube da constrangedora 10ª colocação da Série B. Guto tomou tal decisão porque quer trabalhar a sua nova formação. E, com uma sequência de jogos aios sábados e às terças, treinar um novo jeito de jogar é quase impossível.
Na primeira parte do treino, ele formou três times de quatro jogadores (mais os goleiros, Igor para um lado, Luiz Felipe para outro). Na equipe de branco estavam Edenílson, Dourado, D'Alessandro e Uendel. Em um campo reduzido, com não mais do que 30 metros, o técnico exigia que o quarteto marcasse a saída de bola do time adversário – de cinza, composto por Ortiz, Ernando, Sasha e Nico. Eram minijogos com dois minutos de duração, estilo "futebol de garagem", onde a bola não para nunca. E foram cinco destas partidas para cada time – um terceiro, de verde, era formado por atletas da base.
Em seguida, Guto formou dois times com oito jogadores de linha cada. E em um campo maior, com cerca de 60 metros. Na equipe de branco, a titular, estavam Edenílson, Léo Ortiz, Ernando, Uendel, Dourado, D'Alessandro, Sasha e Nico. Edenílson e Uendel tinham por missão apoiar o ataque, pelas laterais. Sasha, por vezes, trocou de função com Uendel, pela esquerda. na frente, Nico tinha por missão ser objetivo: receber, dar um drible, se necessário, e bater a gol. Guto Ferreira pretende acabar com o desperdício de gols do uruguaio.
Finalizado o minicoletivo, Nico López ainda ficou treinado á parte. Recebida na entrada da área, pela direita, driblava, e batia cruzado. depois, ao lado esquerdo, mais cinco conclusões. Após o treino, Guto conversou a sós por cinco minutos com o atacante uruguaio. Aposta nos gols de Nico para reconstruir o seu novo Inter. Às 15h, o treinador do Inter embarcaria para Florianópolis, a fim de comandar o time na dura partida contra o Figueirense.
*ZHESPORTES