Argel tirou todas as fichas do bolso e lançará à mesa em Recife. O jogo contra o Santa Cruz, no mínimo, vale sua estabilidade. Por isso, ele montou uma formação que considero, no mínimo, esquisita. Dois dos três meias estarão fora de seus lugares para que o time acomode Ariel Nahuelpán, o centroavante que o técnico esperou por 11 meses no Beira-Rio.
Desde que pegou a BR-101 e trocou o Figueirense pelo Inter, Argel esperava por um jogador de área de carteirinha, daqueles que se alimentam de encontrões e disputas renhidas com os zagueiros. Agora que o recebeu, faz uma reengenharia no time para encaixá-lo no time.
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Sasha será o único dos três meias acoplado em seu lugar, pela direita, fechando o corredor e indo à frente para arrematar na área. Ferrareis, porém, atuará pelo meio. Embora tenha feito essa função nos juniores, não é do lugar. Já mostrou que sua característica de intensidade e drible em velocidade casam com o lado do campo. Em qualquer esquema, um time precisa de um jogador com capacidade para ditar seu ritmo, colocar a bola sobre o pé e dizer quando é preciso respirar e quando é necessário transpirar. Esse jogador não é Ferrareis.
Para completar, Vitinho estará pelo lado esquerdo. Quem joga pelo lado, precisa estar integrado ao coletivo, o que significa correr sem a bola e marcar – o que Vitinho menos faz.
Assim, com as peças sem o encaixe perfeito, Argel vai para sua final de Copa do Mundo particular. Pode ganhar – e as chances de isso acontecer são bem reais, afinal o Santa Cruz está um andar abaixo nesta mesma crise em que o Inter se enfiou. Mas vamos convir de que será como numa mesa de aposta. E numa mesa de aposta o que menos se encontra é lógica.
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