O Inter venceu por 3 a 0 jogando como um esfomeado atrás do prato de comida, enquanto o Juventude parecia enfastiado, de barriga cheia. A marca do time de Argel, além da ascensão na reta final, é a solidariedade.
Ergueu a taça fechando seis jogos sem levar gol. O Inter dobrou marcação o tempo todo. A impressão era de que havia mais gente de vermelho do que de verde em campo, e não 11 contra 11. Anderson, Sasha e Andrigo, e também Aylon, deram exemplo de recomposição. O mesmo não se viu com Bruno Ribeiro, Hugo, Dieguinho e Roberson.
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Solidariedade, eis a marca do hexa.
As estrelas do Inter nas finais são de casa. Andrigo, com o golaço em Caxias, sacramentou a passagem de promessa à realidade. Sasha, que havia perdido pênalti contra o São José, merecia ser protagonista por defender sem fazer falta e ir para o drible sem pensar em se jogar e enganar o árbitro. É um atacante moderno, que ataca e defende.
Faltou ritmo a William, mas sua qualidade em relação a Paulo Magalhães é abissal. As assistêncis para os gols de Sasha e de Paulão são suas. De saída para a Roma, Alisson nem lembra mais da última vez em que tomou gol. E Gustavo Ferrareis, aposta da comissão técnica para o Brasileirão, entrou para fazer o terceiro.
O tri hexa só não pode é enganar o Inter para voos maiores. Se quiser lutar pelo título brasileiro, terá de se reforçar, para além de Danilo Fernandes e do volante Anselmo, anunciados ontem. Neste aspecto, a lucidez de Sasha – melhor em campo, pelo gol crucial a 13 minutos e pela disciplina tática – merece registro:
– Sim, precisamos: todo reforço será bem-vindo.