Os 11 gols marcados pelo Inter contra o Novo Hamburgo, Brasil-Pel e Glória – marca que corresponde a 46% de um total de 24 gols feitos no Gauchão – evidenciam mais do que a efetividade dos atacantes. O time de Argel Fucks conseguiu desenvolver um sistema de jogo, ampliou as oportunidades de gol e as trocas de passes, além de parar de apostar em jogadas pela lateral. Se antes os jogadores colorados apostavam em cruzamentos para a área, nos últimos jogos, passaram a trabalhar mais pelo meio do campo.
O retorno do volante Fernando Bob ao time, após um mês afastado por lesão muscular, explica o aumento do repertório no centro do campo. O jogador com o terceiro melhor passe e o terceiro melhor desarme do Inter devolveu a qualidade à saída de bola da equipe de Argel. Anderson e Andrigo, os articuladores, passaram a receber a bola no chão e não em lançamentos oriundos dos pés de Paulão ou Ernando. Nos 4 a 1 diante do Brasil-Pel, por exemplo, o Inter acertou 614 trocas de bola, com 20 assistências para gol, e apenas 10 bolas longas.
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– O Inter aumentou o repertório de jogadas pelo meio. Antes, era um Cruzamento Futebol Clube. Buscava só o lado, facilitando a marcação e tornando o seu futebol óbvio. Era um monólogo. Com a volta de Vitinho, que vem atrás dos volantes e puxa a atenção de no mínimo dois marcadores, orientados a bloquear seus chutes, os espaços se abriram. A volta de Fernando Bob, qualificando a saída com os zagueiros, também ajudou para o Inter usar o campo todo e, assim, desarrumar as linhas defensivas de Noia, Xavante e Glória – resume o colunista de Zero Hora Diogo Olivier.
O analista tático de ZH André Baibich destaca a movimentação coordenada do ataque do Inter nas três goleadas contra o individualismo dos jogos anteriores. Vitinho, que balançou as redes nos jogos em que os colorados obtiveram um placar elástico, chegou a atingir a marca de 686 minutos sem marcar. Agora, escalado como um falso 9, os demais atletas – Sasha, Andrigo, Anderson e, por vezes, Aylon –, têm acompanhado seus deslocamentos.
– Ele recuava, recebia e não tinha opções de passe, o que o obrigava a partir para o lance individual. Se ele já tende a exagerar no uso dos dribles, imagine quando passar pelo adversário é a última opção que lhe resta? Com um ataque mais movediço, Vitinho e o Inter tornam-se menos previsíveis – avalia Baibich.
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