Enquanto a direção do Inter busca um centroavante experiente no mercado sul-americano, o técnico Argel Fucks testa alternativas. Vitinho, o principal nome do ataque colorado na reta final do Brasileirão, ainda não marcou em 2016, Valdívia segue fora do planos até o meio do ano, Rafael Moura não deverá ser reintegrado, e Bruno Baio parece perder chances a cada rodada. É nessa falta de parceria para Sasha que Aylon surge como o Plano B do setor ofensivo.
A primeira vitória do Inter no Gauchão surgiu pelo pé direito de Aylon, marcando aos 47 minutos do segundo tempo, no 3 a 2 sobre o Ypiranga. Aos 23 anos, o atacante deverá receber uma nova chance nesta quinta-feira, em casa, no segundo tempo da partida contra o Passo Fundo - o dono da pior defesa do Estadual, com sete gols sofridos em duas partidas.
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Aylon voltou ao Beira-Rio em busca de uma nova chance. Depois de surgir como destaque do São Paulo, de Rio Grande, quando marcou nove gols na campanha da equipe de volta à elite gaúcha, em 2013, ele não chegou a encantar no Inter B e tampouco caiu nas graças de Abel Braga. Na pré-temporada do Inter nos EUA, ganhou elogios de Argel e a promessa de oportunidades.
- Aylon não é um 9, mas ele pode jogar de 9 - destacou Argel, em meio à Florida Cup, ao comentar a capacidade do atacante atuar dentro da área.
Na temporada 2015, sem chances no time de Diego Aguirre, Aylon foi emprestado ao Paysandu. Começou atuando como centroavante - como um camisa 9, na definição de Argel -, depois, virou atacante pelas pontas e, em certos, jogos foi até mesmo um meia marcador.
- Aylon não chegou a se firmar como titular. Mas foi um jogador importante na temporada - conta o repórter Felipe Silva, da Rádio Metropolitana, de Belém. - Em 30 jogos no Paysandu, ele fez nove gols. O Paysandu queira muito ficar com ele. Fez uma boa temporada. Começou como reserva, mas estreou com gol (na goleada por 4 a 1 sobre o Nacional-AM). Aqui, foi um jogador nota 7. Foi muito bem na Série B, vamos ver se ele vai conseguir vingar na Série A, com o Inter. Em Belém, Aylon atuava aberto pela ponta. Ora pela direita, ora pela esquerda. Chegou a formar uma boa dupla com o Yago Pikachu (lateral-direito). Bem como fechando o meio-campo, como um quinto jogador do setor - acrescentou Silva.
Técnico do Paysandu há um ano, Dado Cavalcanti foi quem tornou Aylon um jogador de múltiplas funções. O treinador pernambucano vê o camisa 18 do Inter como um jogador de inteligência tática e que se adapta a qualquer função do ataque.
- Ele contribuiu muito com a nossa campanha. Trata-se de um jogador versátil, que pode atuar pelos lados e ainda como referência na área. Aylon não é um velocista, mas é um jogador rápido. Tem força e um excelente tempo de bola. Sobe muito bem também - disse Cavalcanti. - Gosto dele por ser um atleta versátil. É um jogador lúcido, que tem boa leitura de jogo, além de ser dono de um ótimo posicionamento. Mas é preciso ressaltar que ele ainda está em um processo de amadurecimento. A única sequência de jogos que teve em um time profissional foi aqui, no Paysandu - concluiu o treinador.
O Paysandu bem que tentou a prorrogação do empréstimo de Aylon. Inter e jogador, porém, optaram pelo Beira-Rio. Aylon, agora precisará ter um aproveitamento altíssimo, como os 50% de aproveitamento contra o Ypiranga, com um gol em duas conclusões, para conseguir vaga em um time que está em processo de remontagem, em meio ao Estadual e à Primeira Liga.
* ZHESPORTES