Na avaliação da direção do Inter, a pré-temporada na Flórida rendeu bons frutos à imagem do clube. No entanto, segundo especialistas em marketing esportivo consultados por ZH, a valorização da marca colorada nos Estados Unidos necessita de uma estratégia mais efetiva para gerar lucro aos cofres do Beira-Rio.
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Embora a preparação em Orlando e Fort Lauderdale não represente despesa - o custo da estadia, avaliado em R$ 1 milhão, é bancado pelos organizadores da Florida Cup -, também não renderá dividendos ao Inter neste ano. Na opinião de Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva, o clube gaúcho deveria optar por cidades americanas em que o "soccer" está mais desenvolvido, como Nova York, Seattle e Los Angeles para não voltar dos Estados Unidos com o bolso vazio.
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O especialista entende que, apesar de os jogos contra Bayer Leverkusen e Fluminense serem transmitidos a vários países pela TV, atuar frente a um público de 3 mil pagantes, em média, é pouco para um clube com a história do Inter.
- O modelo da Florida Cup é pequeno perto da potencialidade do Inter em outros centros. A ação de vender seus produtos na Disney é local e pontual, de baixo faturamento. Uma partida com um time da MLS (Major League Soccer) na Califórnia, que tem o PIB comparável ao do Brasil, traria melhores resultados. Os clubes brasileiros ainda não entenderam qual é a melhor forma de entrar no mercado americano - critica Somoggi.
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O convite recebido pelo Inter para um amistoso com o Orlando City de Kaká pode amenizar a situação. A ideia da equipe americana, que disputa a MLS, é receber o time de Argel em 27 de fevereiro, na Flórida - ambos também se enfrentariam no Beira-Rio, em data a definir.
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Enquanto o clube gaúcho lucraria com a venda dos direitos de TV, o Orlando receberia a bilheteria do jogo. O acordo, no entanto, depende da remarcação de duas partidas do Inter no Gauchão, contra Veranópolis e Juventude.
- A presença do Inter nos EUA pode gerar interesse de outros clubes para disputar novos jogos e gerar ganhos institucionais e econômicos a médio e longo prazo - interpreta Eduardo Esteves, especialista em marketing esportivo e blogueiro do mktsportivo.com.
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Com participação confirmada nas próximas duas edições da Flórida Cup, o Inter pode se aproximar do que Fernando Barbalho, especialista em marketing e gestão esportiva, entende como "consistência da marca" nos Estados Unidos. No entanto, o analista afirma que o intenso calendário brasileiro hoje impede que os clubes possam jogar torneios de maior visibilidade para fortalecer sua presença no Exterior.
- A internacionaliação da marca é imprescindível aos clubes basileiros. Se ficarem voltados apenas ao mercado interno, vão definhar. Mas este esforço hoje tem um limite, esbarra no calendário. Ao explorar um mercado como o dos Estados Unidos, o clube diversifica suas receitas para não depender só de venda de jogadores - entende Barbalho.
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