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Se Taiberson se tornará o novo xodó da torcida do Inter só o tempo dirá. O fato é que os dois gols marcados nos últimos dois jogos - contra Brasil-Pel e Veranópolis - deram a chance que o garoto queria no time de Diego Aguirre. Hoje, diante do Avenida, às 19h30min, no Beira-Rio, será titular da equipe ao lado de Sasha. Pode ser a partida da afirmação. Na tarde desta terça, antes de o Inter iniciar o treino fechado que definiu a equipe para a 13ª rodada do Gauchão, o atacante de 21 anos, sorriso fácil, conversou com Zero Hora.
É interessante como você, mesmo sendo baixo (tem 1m71cm), consegue usar o corpo para vencer os zagueiros adversários.
Taiberson - Uma das minhas vantagens é a velocidade e a força. Eu procuro sempre trabalhar isso, melhorar. Faço trabalho de força, velocidade. Para que eu possa sobressair, possa me favorecer. Estou na minha melhor forma física.
Você sente que tua carreira vai deslanchar?
Taiberson - O ano passado estava recém subindo, comissão técnica estava me conhecendo, a torcida também. Neste ano tive a oportunidade e fui bem. É um começo de ano bom, estou tentando aproveitar as oportunidades, deixar boa impressão ao treinador. Isso tudo está sendo muito bom.
A repercussão dos teus dois gols foi grande. Você acompanha redes sociais, jornais, programas de TV?
Taiberson - Não acompanho muito. Me sinto mais à vontade sem ver, fico trabalhando, apenas. Mesmo sendo reportagens boas, que falam bem. Eu prefiro trabalhar no meu dia a dia, fazer o meu melhor para que eu possa estar bem nos jogos, nos treinos, para que isso continue acontecendo. Claro, eu leio jornal e sei que às vezes sai uma matéria bacana, alguma notinha que é boa para mim, me motiva, claro. Mas eu procuro ficar tranquilo, sem focar no que sai sobre mim.
Tem medo de que isso te tire o foco?
Taiberson - Em alguns casos, pode tirar o foco, sim. Me mantenho concentrado para me esforçar mais, trabalhar mais.
Acha que você pode ser um novo Taison, o cara da velocidade que o Inter tanto queria?
Taiberson - A gente vem de pré-temporada, está começando o ano ainda, tive minhas oportunidades, mas tem muito para acontecer. Eu posso aumentar minha velocidade, minha força física, estou com 21 anos. Trabalho para ter oportunidades, seja no Gauchão, na Libertadores, no Brasileiro, quando começar. Quero ajudar. Seja onde for. Seria um sonho jogar uma Libertadores, se essa oportunidade aparecer. Por enquanto, vou com foco no Gauchão. Ajudar da melhor forma possível para a oportunidade aparecer. Um passo de cada vez.
Você já é parado na rua?
Taiberson - (A sequência de gols) Repercutiu bastante. Sempre vou ao shopping, parques com meu filho. Quem acompanha futebol, me reconhece. Às vezes alguns ficam com receio de vim falar comigo, minha aparência é um pouco comum: moreninho, careca, baixinho. Eles (os torcedores) ficam meio assim. Eu fico feliz pelo reconhecimento. Estou trabalhando.
Já brincaram que você se parece com o Marcelinho Carioca (ex-jogador do Corinthians).
Taiberson - Eu sempre digo quando me falam que eu pareço com alguém, com esse pessoal mais feio, brinco para me chamarem de Marcelinho Carioca, de Denílson... são jogadores que sempre admirei, pelo futebol.
Tua passagem pelo Atlético-PR foi decisiva para chegar até aqui hoje?
Taiberson - Eu evoluí muito no Atlético-PR. Em tudo, questões particulares e técnicas. De como suportar algumas coisas na vida. Subi para o profissional com 17 anos, bem jovem, tinha caras experientes lá, o Paulo Baier, o Alan Bahia, o Neto, goleiro, Marcelo Cirino e Manoel. Sou muito grato por eles. Quando saí do Inter era jovem, tinha 15 para 16 anos. Nos quatro anos de Atlético-PR fui convocado para a Seleção, artilheiro da Copa São Paulo. Foram quatro anos bons para mim.
Um jogador jovem quando chega em um vestiário com caras como D'Alessandro, Juan, Alex... jogadores cascudos, experientes, precisa mostrar para ganhar o respeito deles.
Taiberson - Gols e boas atuações auxiliam, claro. Os companheiros te olham de outra maneira. Mas eles sempre me falam que o fora do campo é o essencial. Para não subir pra cabeça. Conversam comigo e pedem para eu seguir trabalhando, com humildade, tranquilo, para que não seja passageiro. Sempre procuram me ajudar para que essa fase que estou passando não seja passageira, mas sim definitiva.
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