Em sessão extraordinária no auditório da Sogipa, na noite desta quinta (26), o Conselho Deliberativo do Grêmio aprovou o pedido de suplementação orçamentária realizado pela gestão do clube. Na reunião, foi apresentado um balanço financeiro em que se projeta déficit de R$ 58 milhões para 2024.
Apesar de o orçamento apresentado em novembro ter projetado déficit total de R$ 22,9 milhões para este ano, foi explicado aos conselheiros que houve atualização da regra contábil específica para entidades esportivas pelo Conselho Federal de Contabilidade, o que impactou em R$ 16 milhões no cálculo final.
Mas a principal justificativa para o aumento do déficit está no gasto maior do que o planejado em relação ao futebol. Grande parte disso se deve às contratações feitas na última janela para reforçar o elenco (Braithwaite, Arezo, Aravena e Monsalve), além de rescisões contratuais — incluindo Lucas Leiva. Mesmo que tenha superado em R$ 33 milhões a arrecadação prevista, o clube teve um investimento de quase R$ 41 milhões a mais do que o orçado.
As despesas ocasionadas pela enchente, quando a equipe precisou jogar por três meses longe de Porto Alegre, custeando voos fretados, hotéis e aluguéis de estádios, foram amortecidas pelo auxílio previsto pela CBF. Aliás, parte do valor (R$ 2 milhões) já foi recebido pelo Grêmio, conforme noticiado na coluna de Eduardo Gabardo. Assim, o maior prejuízo se dá com as perdas ocorridas na loja GrêmioMania da Arena, previstas em R$ 6,9 milhões.
Confirmando o relatório financeiro apresentado pelo Conselho de Administração, será o terceiro ano consecutivo em que o clube encerrará em déficit. Em 2022, quando disputou a Série B, o valor foi de R$ 96 milhões. Em 2023, foi de R$ 45 milhões.
Agora, a previsão é de que ultrapasse R$ 58 milhões. Porém, este valor ainda pode ser alterado caso entre alguma receita que não esteja prevista.