Será a mais de 2 mil quilômetros de Porto Alegre que o Grêmio tentará encontrar seu caminho para o fim de 2024. Neste sábado (28), às 21h, o Tricolor enfrentará o Botafogo em Brasília. Na capital do Brasil, o time gremista busca respostas para a crise que se estabeleceu no ambiente do clube depois da derrota da última quarta-feira para o Criciúma. Um norte para os 12 jogos que ainda restam no Brasileirão, e que poderá passar por uma mudança tática que já foi testada em outros momentos da temporada.
Ao todo, o Grêmio fez 39 jogos contra adversários da Série A e Libertadores nesta temporada. A ideia tradicional de Renato, do esquema 4-2-3-1, foi a predominante. Mas as variações, na teoria, mais defensivas também apareceram ao longo de 2024. Seja no esquema com três defensores, com um volante na linha de três meias ou no 4-1-4-1 testado no Gre-Nal do Gauchão, o técnico gremista buscou alternativas. São 10 jogos com uma proposta menos ofensiva, com 11 gols sofridos e outros 11 gols feitos nestas partidas.
— Esse sistema que ele usou, um 4-2-3-1 que é quase um 4-2-4 precisa de muito trabalho dos pontas para manter o time equilibrado. Soteldo não tem essa característica, Monsalve também parece não ter. Logo a bomba estão nos dois volantes, cobrir uma área grande do campo, tanto em uma faixa mais central, quanto pelo lado para compensar os pontas. Nesse sentido, ter três volantes ou três homens por dentro pode deixar o time mais equilibrado, com mais jogadores para esse balanço defensivo — afirma Raí Monteiro, jornalista e analista tático.
É este o caminho que aparece com maior probabilidade de utilização contra o Botafogo. A ideia de um meio de campo com Monsalve, Cristaldo e Soteldo não será mais repetida. Como prometido por Renato, após a derrota para o Criciúma.
— Quando tem o talento também precisa marcar. Hoje em dia o futebol não proporciona jogar só com a bola nos pés. Eles nem são culpados, são características deles. Não posso desperdiçar o Franco (Cristaldo) ou o Miguel (Monsalve) para marcar o lateral adversário. Quando recuperamos a bola vai faltar força, perna, não estão acostumados a jogar ali, a correr 50, 60, 70 metros atrás do lateral adversário — explicou Renato, após a derrota para o Criciúma.
O mistério que parecia se desenhar quanto à escalação do ataque foi desfeita na chegada da delegação do Grêmio. Soteldo foi preservado pelo desgaste. Sem a formação utilizada nas últimas partidas, Edenílson e Du Queiroz surgem como alternativas para a função do lado direito. Pavon segue em recuperação de um problema físico no departamento médico. Aravena e Nathan Fernandes não convenceram a comissão técnica de que estão prontos neste momento para o time titular. Na defesa, a tendência é pela entrada de Kannemann ao lado de Rodrigo Caio. E a manutenção do restante da equipe que perdeu para o Criciúma.
O adversário
Após confirmar a classificação às semifinais da Libertadores, o Botafogo deve manter a mesma base da equipe que superou o São Paulo. A única ausência prevista é a do atacante Luiz Henrique, que passou mal após a partida contra a equipe paulista.
Além de não preservar seus principais jogadores, o time carioca ainda terá o reforço do seu artilheiro na temporada. Recuperado de uma fratura na tíbia da perna esquerda sofrida em julho, Júnior Santos será opção para entrar em campo durante o segundo tempo.