Com 13 conquistas, Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, foi um dos mais vitoriosos dirigentes do Grêmio. Ex-presidente do Tricolor e colunista do Diário Gaúcho e de GZH, ele morreu neste sábado (24), aos 73 anos.
Com atuação entre o final dos anos 1980 e na década de 1990, Cacalo foi responsável pela montagem do grupo de jogadores e pela contratação do técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, dando início a uma era dourada no Estádio Olímpico. Seu principal título foi a Libertadores, em 1995, quando atuava como vice-presidente de futebol. O presidente do Grêmio na época era Fábio Koff.
Libertadores de 1995
Na primeira fase, o time gremista avançou com tranquilidade em um grupo que também contava com Palmeiras, Emelec e El Nacional. Facilidade também foi encontrada nas oitavas de final, quando o Grêmio superou o Olimpia, do Paraguai.
As dificuldades vieram a partir do segundo jogo das quartas de final. Na ida, no Olímpico, o Tricolor atropelou o Palmeiras ao vencer por 5 a 0. No Parque Antártica, Jardel, o artilheiro da competição, abriu o placar cedo e alargou a vantagem gremista. No entanto, o time paulista conseguiu reagir e marcar cinco gols. No final, o Grêmio resistiu e conseguiu manter-se na frente no placar agregado (6x5) e avançou às semifinais.
"Foi uma caminhada longa e difícil. A mais dramática foi a classificação em cima do Palmeiras, uma verdadeira seleção aquela época, conduzido por um milionário esquema de uma multinacional. Mas a garra, a raça e a qualidade técnica dos atletas gremistas superou aquela e outras dificuldades", escreveu Cacalo na coluna Paixão Tricolor, em 2020, quando a conquista completou 25 anos.
Depois do sofrimento contra o Palmeiras, o Grêmio superou o Emelec com um 2 a 0 no Olímpico, depois de ter ficado no 0 a 0 no Equador, e ergueu a Copa diante do Atlético Nacional, da Colômbia, ao empatar em 1 a 1 em Medellín — em Porto Alegre, o Tricolor vencera por 3 a 1.
Campeonato Brasileiro de 1996
Outra conquista importante de Cacalo como vice-presidente de futebol do Grêmio foi o Campeonato Brasileiro de 1996, na dramática decisão contra a Portuguesa.
Sexto lugar na fase classificatória, o Tricolor reencontrou o Palmeiras nas quartas de final e mais uma vez superou a equipe paulista. Nas semifinais, o Grêmio passou pelo Goiás e se credenciou para enfrentar a Portuguesa na final. Depois de perder por 2 a 0 no Morumbi, o time gremista foi recepcionado por um Olímpico completamente lotado em busca da virada.
Por ter melhor campanha, o Grêmio precisava vencer por dois gols de diferença para ficar com a taça. Paulo Nunes abriu o placar logo aos cinco minutos, porém o segundo gol demorou muito para sair. Ele veio dos pés de Ailton, que recém havia entrado, aos 39 minutos da etapa final.
— Foi uma festa. Ailton, com um gol feito de magia única, e Dinho, o profissional que numa decisão pensou no seu clube, estão imortalizados, e para fazer justiça aquela equipe toda habita o coração do povo gremista —, escreveu Cacalo na coluna Paixão Tricolor de 16 de dezembro de 2022.
Copa do Brasil de 1997
Cacalo já era dirigente gremista na conquista do bicampeonato da Copa do Brasil, em 1994. No entanto, o Tri conquistado em 1997 teve um sabor especial. Foi seu principal título ocupando o posto de presidente do Grêmio.
O Tricolor passou no mata-mata por Fortaleza, Portuguesa, Vitória e Corinthians até a decisão contra o Flamengo. No Olímpico, mesmo com Dinho expulso no primeiro tempo, o time conseguiu resistir e levar o 0 a 0 para o Rio de Janeiro. No Maracanã, o Grêmio saiu na frente com João Antônio, porém logo levou a virada com gols de Lúcio e Romário. Aos 34 minutos do segundo tempo, no entanto, Carlos Miguel mandou para as redes e fez o gol necessário para deixar o placar em 2 a 2 — resultado que dava o título aos comandados de Felipão.
— Ah, eu sou gaúcho. Em 22 de maio de 1997, uma data que jamais esqueceremos, o Grêmio sagrou-se tricampeão invicto da Copa do Brasil. Conquistamos o título dentro do Maracanã lotado, com 100 mil flamenguistas que foram apoiar o time carioca, com Romário, Sávio e cia. Mas eles jamais esperavam que os 5 mil gremistas representando o glorioso Tricolor gaúcho tomariam conta do Maracanã e tornariam silentes a torcida carioca — escreveu Cacalo na coluna Paixão Tricolor de 23 de maio de 2022.
Títulos de Cacalo pelo Grêmio
- Gauchão (1993)
- Copa do Brasil (1994)
- Copa Renner (1995)
- Gauchão (1995)
- Libertadores (1995)
- Torneio Cidade de Porto Alegre (1996)
- Copa Sanwa Bank (1996)
- Recopa Sul-America (1996)
- Gauchão (1996)
- Campeonato Brasileiro (1996)
- Copa do Brasil (1997)
- Troféu Colombino (1997)
- Torneio Internacional de Pequim (1998)