Contratado em abril, Edenilson levou dois meses para conquistar um lugar entre os titulares do Grêmio. O status foi alcançado justamente em Caxias do Sul, onde surgiu para o cenário nacional. Foi com a mudança de esquema tático promovida pelo técnico Renato Portaluppi que o meio-campista passou a ter destaque. Fora do campo, o camisa 15 também tem se destacado. Ele chama a atenção nos bastidores, gerando brincadeiras internas e também de torcedores pela passagem anterior no grande rival.
Foram seis temporadas representando o Inter. O volante, inclusive, ficou marcado como uma espécie de protagonista no Beira-Rio na campanha do vice-campeonato brasileiro de 2020. Entretanto, ele acabou trocando Porto Alegre por Belo Horizonte, em 2023, para defender o Atlético-MG.
Na serra gaúcha, ele também atuou no Caxias em 2010 e 2011. Na ocasião, ele foi garimpado pelo técnico Tite e foi para o Corinthians, onde esteve no grupo campeão brasileiro, da Libertadores e do Mundial.
Natural de Porto Alegre, ele nutre um carinho especial pela cidade que está recebendo o Tricolor na ausência da Arena. Nos últimos dias, na concentração gremista, ele foi procurado por velhos conhecidos, amigos e torcedores para fotos e autógrafos.
Na noite da última quarta-feira (3), numa das passagens pelo saguão do hotel, ele cumprimentou Gerson Oldenburg, empresário de Renato Portaluppi, que representa Thiago Gomes, novo técnico do Caxias. Alexandre Mendes, braço direito do técnico gremista, ao ver a cena, brincou pela mudança de lado na “gangorra Gre-Nal”.
— Sofreu muito contra a gente. Agora está do nosso lado — descontraiu Alexandre Mendes.
Desde a chegada, Edenilson já acumula 10 partidas pelo Grêmio. A comissão técnica começou a testá-lo aos poucos nas equipes alternativas até ele adquirir melhor ritmo e conseguir virar titular pela alteração tática: sem um centroavante.
Ele assumiu a posição que já foi ocupada por JP Galvão e Galdino. A adaptação adianta Cristaldo e reforça o sistema de marcação. A comissão técnica projeta Edenilson como meio-campista, podendo atuar aberto pela direita, centralizado ou recuado. Ele será inscrito para os mata-matas da Libertadores.
Pela experiência, mesmo recém-contratado, o atleta já se destaca pelas manifestações. Foi um dos poucos atletas a conversar com a imprensa depois do empate em 2 a 2 com o Palmeiras e comentou a situação atual na tabela de classificação:
— Acho que a gente acabou aceitando o Palmeiras ficar com a bola e propor o jogo, algo que tínhamos combinado de não deixar acontecer. Renato viu o mesmo jogo, a gente também se frustra. Lutamos e nos entregamos. Temos que buscar os pontos o quanto antes para sair dessa situação — disse.
Contra o Juventude, neste domingo (7), o camisa 15 poderá ser preservado em virtude da sequência. Renato avalia a situação com os retornos de Villasanti e Dodi. A formação sem referência no ataque agradou, mas a maratona de duelos gera oportunidades de revezamento das peças pelo critério físico.