O Grêmio, enfim, está em casa. Desde o início da preparação em São Paulo por conta da enchente, até o retorno na última quinta-feira (27), foram 41 dias longe de Porto Alegre. Mais de 16 mil quilômetros percorridos na América do Sul, entre viagens por sete estados, muitas horas em aviões e noites mal dormidas por uma campanha de apenas um ponto somado em 21 disputados no Brasileirão.
Foi uma maratona que causou saudades além da convivência com as famílias, amigos e pets. Um longo período para quem tanto sentiu falta do calor do lar e que, a partir deste domingo, terá o apoio do torcedor gaúcho. Os gremistas devem ser o combustível para a retomada na competição neste domingo contra o Fluminense, em Caxias do Sul.
O Estádio Centenário, na Serra, será a sede provisória do Grêmio enquanto a Arena segue em reformas por conta dos estragos causados pela enchente em Porto Alegre. Para quem teve que se acostumar com o fato de viver longe de casa, os 140 quilômetros que separam a Capital de Caxias do Sul não atrapalharão a remobilização gremista dentro do Brasileirão.
— Teremos o carinho do torcedor. Agora é uma nova era. Bola pra frente. Continuar o trabalho e domingo o Grêmio vai voltar a conseguir as vitórias — disse Renato Portaluppi, prometendo dias melhores aos gremistas.
Impacto psicológico da distância
Antes do jogo, foram três dias de treinos no CT Luiz Carvalho. Um retorno para o local onde os jogadores estavam acostumados a encarar a rotina de preparação. E que segundo o psicólogo do esporte, Everton Santana, ajudará depois de tantos dias da delegação gremista viajando de hotel em hotel pelo Brasil.
— Este período prolongado de isolamento pode aumentar a sensação de solidão e afastamento de familiares e amigos, gerando ansiedade e estresse. Estar longe do ambiente familiar e das rotinas diárias cria uma desconexão emocional que pode ser difícil de manejar. Além disso, a monotonia da concentração também afeta o humor e a motivação dos jogadores. A ausência de variedade e de atividades fora do contexto esportivo pode tornar a experiência desgastante, sendo necessário investir em atividades de lazer que permitam a desconexão do contexto esportivo — afirma.
Algo parecido com o que João Pedro disse após o empate com o Atlético-GO. O lateral, que deve seguir como titular contra o Fluminense
— Interfere bastante não só de ver a família, que é muito importante, mas de desconectar um pouco do futebol. Estávamos o tempo todo no hotel, como se fosse concentração. Vestido de Grêmio o tempo todo. Não tinha o alívio de estar em casa, ter a rotina normal. Só quem passa pode ter essa noção — comentou.
Possível escalação
Sem ter tantas peças à disposição, Renato Portaluppi deve manter a mesma base do time titular que jogou nas últimas semanas. Edenilson e Gustavo Nunes são os candidatos a ganhar um lugar entre a equipe que começará a partida neste domingo.
O Fluminense, adversário deste recomeço de jogos do Grêmio no Rio Grande do Sul, também vive em crise. É o único time abaixo do Tricolor na tabela, na lanterna com seis pontos, e começando a viver a realidade do comando pós-Fernando Diniz. O técnico interino Marcão deve manter o mesmo time que perdeu para o Vitória na última quinta, com Thiago Santos como zagueiro, e Terans, Cano e Keno como trio de ataque.