Gre-Nal no Maracanã. Grêmio jogando no Beira-Rio. Inter treinando no CT Luiz Carvalho. Para o volante gremista Pepê, situações assim devem ser normalizadas após a enchente que castigou o Rio Grande do Sul. Em entrevista na concentração tricolor, em Curitiba, o meio-campista defendeu que os dois grandes da Capital unam forças para amenizar as dificuldades impostas pelo calendário e, ao mesmo tempo, ajudar o povo gaúcho.
— A rivalidade nunca vai acabar. Mas é um momento complicado. Em muitas partes, o Estado está destruído. Pessoas perderam tudo. É o momento de unir forças. Se tiver que jogar no Maracanã para poder arrecadar doações, eu super apoio. Se o Inter quiser treinar no CT, não sou eu que decido isso, mas na minha opinião, acho completamente válido, como se a gente precisar no Beira Rio — declarou o volante, em entrevista concedida logo após o primeiro treino em Curitiba, palco de três dos próximos quatro jogos do Grêmio.
Às vésperas do jogo contra o The Strongest, nesta quarta (29), no Couto Pereira, que marca a retomada da temporada para o time de Renato Portaluppi, Pepê aposta na força do futebol gaúcho para aliviar o sofrimento das pessoas atingidas pelas inundações.
— (A enchente) É um acontecimento sem precedentes, e eu acho que a gente precisa prezar pela vida e pela saúde das pessoas antes de qualquer coisa. E essa atitude de Grêmio e Inter unirem forças ajuda muito as pessoas — completou.
A possibilidade de mandar o Gre-Nal do dia 23 de junho em campo neutro agrada ao Grêmio, mas ainda depende de um acordo com o Inter em relação ao local do clássico do segundo turno, que terá mando colorado. Nesta hipótese, o Maracanã surge como uma possibilidade, pois, após o período de 15 dias em Curitiba, o Tricolor avalia deslocar sua base para o Rio de Janeiro, a partir do jogo do dia 13 de junho, quando enfrenta o Flamengo. O planejamento, porém, só deve ser definido ao longo dos próximos dias.
Enquanto a logística dos jogos seguintes não é oficializada, o foco é transformar Curitiba na "casa do Grêmio". Nos bastidores, a direção mobiliza mais de 600 consulados em seis estados para lotar o Couto Pereira e apoiar o time de Renato Portaluppi nos jogos contra The Strongest, Bragantino, dia 1, e Estudiantes, dia 8, de modo a amenizar o inevitável prejuízo técnico da perda da Arena.
— O Grêmio é muito forte na Arena. Ela já ganhou muitos jogos para a gente por conta da nossa torcida. Infelizmente não temos previsão de quando ela vai voltar. Então, a nossa torcida vai ser importantíssima no Couto Pereira. Acho que o apoio de quem puder comparecer vai ser muito importante, porque agora, a princípio, vai ser a nossa casa. A gente vai precisar da nossa torcida no Couto Pereira para conseguir as nossas vitórias — finalizou.
O Tricolor realiza nesta terça (28), no CT da Graciosa, o último treino antes do jogo contra os bolivianos. O provável time tem: Marchesín; João Pedro, Rodrigo Ely, Kannemann e Reinaldo; Dodi, Pepê e Cristaldo; Galdino, Diego Costa e Soteldo.
Grêmio e The Strongest enfrentam-se nesta quarta (29), às 19h, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, pelo Grupo C da Copa Libertadores.