A falta de ritmo e a defasagem física são os principais desafios projetados pelo Grêmio para a retomada da temporada na próxima semana. Em entrevista exclusiva a GZH, na concentração tricolor em Guarulhos, o volante Edenilson destacou ainda a dificuldade de o time disputar o intenso calendário brasileiro sem um local definido para treinar e jogar. Porém, ao lembrar do drama muito maior das pessoas que seguem desabrigadas no Rio Grande do Sul, o meio-campista falou em fazer um "esforço pelo povo gaúcho".
— Acho que é um planejamento emergencial. A gente não sabe onde vai ficar, onde vai treinar e nem onde vai jogar pelo resto do ano. E com a família distante, isso pode atrapalhar um pouco. São muitos fatores que a gente tem que saber trabalhar. Mas acredito na força do nosso grupo e no planejamento que a comissão técnica e a direção estão fazendo. A gente também tem que pensar no povo gaúcho que está esperando a gente voltar e que tudo possa se normalizar. Então acho que a gente tem que fazer esse esforço a mais por eles também — declarou.
Ao analisar a inegável dificuldade logística que o Grêmio terá pela frente, Edenilson fez questão de enfatizar que isso não se compara à situação dos gaúchos que ainda estão sem local para morar:
— Penso mais pelo lado humano. A gente não sabe onde vai ficar, mas a gente tem onde ficar, graças a Deus. O clube dá a estrutura para gente ficar em hotéis e ir de uma cidade para outra, com a melhor condição. Muita gente perdeu suas casas, não tem onde ficar, então eu prefiro ficar com esse lado de agradecimento por termos onde ficar. A gente sabe que teve muita gente que que perdeu muita coisa e esperamos que tudo se normalize o quanto antes e que as pessoas voltem para os seus lares e recuperem suas coisas. Acho que isso é o mais importante.
Criado no Humaitá, um dos bairros mais castigados pelo avanço das águas, o próprio meio-campista tem amigos e parentes afetados e ainda hoje aloja mais de 40 familiares no seu condomínio no Litoral, enquanto o nível da água na zona norte da Capital não baixa.
No lado esportivo, Edenilson falou ainda sobre as dificuldades físicas, em especial, a falta de rimo de jogo, que o Tricolor deve enfrentar a partir do jogo contra o The Strongest, no dia 29 de maio, em Curitiba:
— Essa parada no meio da temporada é prejudicial a todos, Eu vinha de uma luxação no cotovelo, então já estava um mês parado e, quando eu estava retomando o ritmo de jogo, parou de novo. Então, não que seja uma desculpa nem pra mim ou para a nossa equipe. Mas o ritmo a gente vai adquirir com os jogos. Só que agora a gente tem decisão atrás de decisão. Então, a gente não tem esse tempo de adquirir o ritmo. Acho que isso pode ser prejudicial.