Edenilson disputou centenas de partidas pelo Inter. Luís Carlos Winck também. Edenilson marcou gol importante em Gre-Nal e viveu momentos marcantes com a camisa do Inter. Christian também. Edenilson passou por uma época dura no Beira-Rio. Diego Gavilán também. Neste sábado, contra o Bahia, Edenilson deve descobrir, assim como os outros três ex-jogadores, como é também jogar pelo outro lado. Como é vestir o azul após ter história em vermelho.
Quinto jogador com mais jogos pelo Inter, Winck ficou de mãos atadas ao ir para o Grêmio em 1993. De família colorada e formado no Beira-Rio, o lateral-direito ficou sem opção após seu empresário acertar com o Grêmio. Apesar do acordo sem seu consentimento, o acerto foi mantido.
A longa relação com o Inter, que se ampliaria com seu retorno ao clube no ano seguinte, causou estranheza interna ao camisa 2, principalmente no começo da nova relação. O modo como foi recebido do outro lado da cerca Gre-Nal o ajudou a ter uma fácil adaptação com a novo cor, em uma ano de título gaúcho e vice-campeonato da Copa do Brasil para o Tricolor.
Pelo coloradismo, colocavam sobre ele a dúvida de se teria a mesma dedicação na nova casa. A resposta foi dada em campo.
— Eu tinha um apego grande pelo Inter. A apresentação foi o mais difícil, chegar ao Olímpico… Depois passou. Joguei lesionado pelo Grêmio. Mostrei meu lado profissional. Fui muito bem recebido no clube. O Edenilson vai ajudar o Grêmio — relata.
Edenilson viveu quase de tudo no Beira-Rio. Gol em clássico, títulos perdidos e aquele gol impedido, responsável por muitas das brincadeiras entre os torcedores nesses dias de retorno a Porto Alegre. Embora de posições diferentes, as vivências entre o volante e Christian são semelhantes.
Peça central do título gaúcho de 1997, com gol no primeiro jogo da final do Gauchão daquele ano, viveu o amargor de ver a grande campanha no Brasileirão não terminar em título. Apesar de tudo, em 2003 vestiu a camisa do Grêmio, com direito a gol no clássico. A bucha no Gre-Nal 356 foi vital para evitar a queda tricolor para a segunda divisão.
— Eu não senti nada fora do normal em relação ao jogo de estreia. Foi supertranquilo. O mais difícil foi entrar no Gre-Nal contra o Inter no Beira-Rio. Sofrer toda a pressão da torcida, aguentar a pressão e dar retorno técnico dentro de campo. Esse foi o maior desafio. Tive bons resultados, mas foi muito difícil superar toda a pressão que sofri — revela.
Embora tenha sido tricampeão gaúcho pelo Inter, Diego Gavilán esteve longe de viver os anos mais dourados do Inter, onde atuou entre 2003 e 2005. Dois anos depois, ajudou o Grêmio na campanha do vice da Libertadores.
A história vivida em vermelho foi considerada na hora de assinar com o Grêmio. Pelo passado, também criou certa ansiedade sobre como seria recebido pela torcida gremista. No fim, a relação transcorreu com tranquilidade.
— (Para assinar) pensei na minha família, na minha carreira profissional. Tinha respeito pela instituição sempre. Tinha a expetativa do recebimento da torcida. Coisa que com o tempo foi se tornando uma relação muito linda — conta.
Desde a vida secular do clássico, muitos jogaram por Grêmio e Inter. Nem todos conseguiram deixar sua marca na história dos dois clubes. É por um lugar nesse grupo que Edenilson começa a batalhar neste sábado.