Os caminhos continentais dos maiores clubes da América do Sul serão definidos nesta segunda-feira (18), às 20h, na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai. A cidade de quase 300 mil habitantes viveu um domingo (17) de sol e um calorão que chegou aos 35 graus durante a tarde.
Luque fica a apenas 15 quilômetros da capital Assunção e engloba em 40 hectares o que podemos chamar de “Vaticano” do futebol Sul-Americano. Aqui ficam a sede administrativa da Conmebol, o Museu do Futebol, o Centro de Convenções da entidade e um moderno hotel onde são tomadas as principais decisões e rumos de competições como Libertadores, Sul-Americana e Copa América.
Hoje, não terá nada de fumaça branca no “Vaticano da Conmebol”, como acontece na tão conhecida escolha do papa. Serão as bolinhas brancas do sorteio das competições continentais que serão o centro das atenções.
A noite começa com o sorteio da Copa Sul-Americana
O Inter é um dos quatro brasileiros cabeças de chave, ao lado de Athletico Paranaense, Corinthians e Cruzeiro. Os argentinos Boca Juniors, Racing, Defensa y Justicia e Lanús também estão no primeiro pote e conhecerão os adversários vindos dos potes 2, 3 e 4.
Apenas os líderes de cada chave avançam de forma direta para as oitavas de final. Os times que terminarem na segunda colocação terão que enfrentar um mata-mata contra os terceiros colocados vindos da fase de grupos da Copa Libertadores.
O presidente Alessandro Barcellos e o diretor de futebol Magrão serão os representantes colorados no sorteio. O ex-volante, inclusive, estava no único título colorado da competição. em 2008. O Inter foi a primeira equipe brasileira a vencer a Copa Sul-Americana e vai para sua oitava participação no torneio.
Na sequência do sorteio da Sul-Americana, será a vez do Grêmio conhecer seus adversários na Libertadores. O clube será representado pelo presidente Alberto Guerra, o diretor-executivo, Luís Vagner Vivian, e o vice de futebol, Antônio Brum, que chegaram neste domingo (17) no Paraguai.
Na sua 22ª participação no torneio, o Grêmio será cabeça chave junto com outras quatro equipes brasileiras: Fluminense, Flamengo, Palmeiras e São Paulo. Times do mesmo país não podem cair na mesma chave, com exceção dos classificados da fase prévia, no caso o Botafogo. Ou seja, a chance de um brasileiro pegar a equipe carioca é maior do que 50%.
Será feito primeiro sorteio do pote 1, o do Grêmio, com os times que ocuparão a posição 1 dos grupos A a H. Depois, será sorteada a posição 2 do grupo, com as equipes do pote 2, e assim sucessivamente.
Dos 32 times da fase de grupos da Libertadores, 13 já foram campeões da América. Grêmio, Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Atletico-MG, São Paulo, River Plate-ARG, Estudiantes-ARG, San Lorenzo-ARG, Nacional-URU, Peñarol-URU, Colo-Colo-CHI e LDU-EQU.
Tanto a fase de grupo da Libertadores quanto da Sul-Americana começa no dia 3 de abril e termina em 29 de maio.
Diário de Luque
"Vaticano" do futebol sul-americano
Podemos chamar assim o hotel da Conmebol onde os dirigentes da dupla Gre-Nal estão hospedados em Luque. Erguido em 2011, guarda muitas histórias dos bastidores do poder no futebol sul-americano. A Conmebol investiu US$ 30 milhões no hotel, que é administrado por uma rede de hotéis paranaense — até 2036. Mas o hotel não vive só de futebol. A suíte presidencial também hospedou cantores brasileiros como o Rei Roberto Carlos e o sertanejo Zezé de Camargo. Além do astro internacional, o ex-beatle Paul Mcartney.
Dupla Gre-Nal estreia fora de casa?
Se repetir a tabela base dos últimos anos, tanto na Sula quanto na Liberta, os cabeças de chave do Pote 1 estreiam como visitantes contra times do Pote 3. Assim, os possíveis destinos do Inter na primeira rodada são: Argentina (Belgrano), Peru (César Vallejo), Paraguai (Sportivo Luqueño e Ameliano), Bolívia (Nacional de Potosi), Equador (Universidade Católica) e Uruguai (Racing Montevideo).
Já o Grêmio pode ir até a Venezuela (Deportivo Táchira), Bolívia (The Strongest), Peru (Alianza Lima e Universitario), Colômbia (Millonarios) e Argentina (San Lorenzo, Rosario Central e Talleres).
De quem fugir?
Há um consenso entre os representantes de Grêmio e Inter aqui no Paraguai. Escapar de adversários que jogam na altitude ou de difícil logística de deslocamento. Times bolivianos e equatorianos sempre são partidas de perder o fôlego nas alturas. Na Venezuela, chegar a cidades fora da capital sempre é um desafio.
A verdade é que do deserto do Atacama chileno ao calor da Colômbia, passando pela tradição argentina, uruguaia e paraguaia não tem “barbada” quando o assunto é competição continental.