Começou com a Suarezmania. Se espalhou com o "efeito Suárez". Se estendeu nas últimas semanas através da "zona Suárez" e da esperança de ser campeão brasileiro. Toda a euforia em relação ao uruguaio e o ano de retomada do Grêmio na elite do futebol nacional desembocaram em uma façanha promovida pelo torcedor. O clube é um fenômeno de público na temporada. Mais de 1 milhão de gremistas foram à Arena este ano.
Em números, o camisa 9 faz os gremistas viverem uma euforia sequer vista em anos de grandes conquistas. Jogos de primeira fase do Gauchão ganharam público de partidas menos cotadas no Brasileirão. Confrontos de relevância reduzida nas competições nacionais ganharam nas arquibancadas moldura de grandes duelos. Partidas decisivas, bom, essas seguiram com público de partidas decisivas.
Como o duelo contra o Corinthians, no domingo. Foi a oitava vez em que a casa gremista recebeu mais de 40 mil torcedores no ano. Nenhum jogo como mandante nesta temporada teve menos de 15 mil vozes nas arquibancadas.
Nos últimos anos, a maior quantidade de gremistas que foi a campo alcançou a marca de 934 mil. O ano era 2018. Havia empolgação pelo tri da América, Recopa Sul-Americana, semifinal de Libertadores e quartas de final da Copa do Brasil, o que rendeu 36 partidas como mandante. Uma média de quase 26 mil torcedores por jogo.
A marca de 1.014.989 torcedores foi batida com quase 20% a menos de partidas e sem a disputa de nenhuma competição internacional. Mas teve o uruguaio em exibição 28 vezes. O primeiro encontro entre o camisa 9 e os torcedores fez 31.122 gremistas saírem de casa e se deslocarem até o estádio. O maior público da temporada foi na semifinal da Copa do Brasil, quando 52.932 acompanharam a derrota para o Flamengo.
A média é de 33 mil gremistas a cada partida. Além de Suárez, a longa campanha na Copa do Brasil e a chance de vencer o Brasileirão pela primeira vez desde 1996 dão robustez às estatísticas
— No Rio Grande do Sul, a performance esportiva acaba sendo preponderante, apesar de Inter e Grêmio terem programas de sócios relevantes — avalia Cesar Grafietti, economista e sócios da Consultoria Convocados, especialista em dados relativos à presença de público nos estádios brasileiros.
Em relação ao ano bicudo de 2022, que teve a disputa da Série B do Brasileirão, o público na Arena quase dobrou. Na temporada passada, foram 592 mil gremistas no estádio durante o ano. Em quatro oportunidades, o borderô indicou a presença de menos de 10 mil torcedores.
Os números do Grêmio colaboram para o aumento da média de público no Brasileirão. Especialista na compilação de dados sobre o assunto, o portal Sr. Gool aponta a maior média da história da competição. São 26.233 pagantes, em média, a cada partida. O índice supera com alguma folga o recorde anterior. Em 1983, segundo a CBF, a média foi de 22.953 torcedores.
Os números refletem em outras áreas do clube. O quadro social aponta para 117 mil sócios. Antes de Suárez chegar, eram 61.658 associados.
— Eu morava fora do país, voltei em 2021 em meio à pandemia. Depois teve a Série B, conseguimos voltar e com o Suárez ainda. Isso deu muito gás. Ter ele no meu time me tirou de casa para ver jogo — destaca Eduardo Ahlert, assessor de investimento.
O número bruto de presentes em jogos do Grêmio no ano ainda será engordado. Restam as partidas contra Goiás e Vasco para as catracas da Arena computarem a entrada de torcedores.
A média de público como mandante
- 2023: 34,9 mil*
- 2022: 21,9 mil
- 2021: 14 mil
- 2020: 21 mil
- 2019: 23,8 mil
- 2018: 25,9 mil
- 2017: 23,5 mil
Público total
- 2023: 983,8 mil*
- 2022: 592,5 mil
- 2021: 84,3 mil (seis jogos com público)
- 2020: 105 mil (cinco jogos com público)
- 2019: 880,6 mil mil
- 2018: 934,9 mil
- 2017: 917 mil
*Sem contar a apresentação de Luis Suárez