Os conselheiros do Grêmio se reuniram na noite desta terça-feira (28), na Arena, para se debruçar sobre a situação financeira do clube. Além de analisar o balancete do último trimestre, aprovaram o pedido de suplementação orçamentária de R$ 30 milhões referente a 2023 e o orçamento para a próxima temporada, quando se pretende aumentar a folha salarial do futebol profissional.
Em relação ao pedido de suplementação, foram apresentados os números que justificam o encerramento da temporada, que marcará o primeiro ano da gestão Alberto Guerra, com um déficit de R$ 65 milhões.
— São vários fatores. Um deles é que não conseguimos efetivar a venda de R$ 24 milhões de atletas dentro do que havíamos previsto. Fizemos uma venda de R$ 50 milhões e tínhamos uma previsão de R$ 73 milhões — explicou o vice-presidente Fábio Floriani em entrevista ao programa Esporte e Cia da Rádio Gaúcha, recordando a negociação de Bitello com o Dínamo Moscou, da Rússia.
Curiosamente, outro ponto apresentado pelos dirigentes é que o sucesso desportivo acarretou em gastos maiores com premiações. Até agora, a equipe comandada pelo técnico Renato Portaluppi se sagrou campeã gaúcha, avançou às semifinais da Copa do Brasil e sonha com o título do Brasileirão.
— A maioria das rescisões de contratos (com atletas) já havia sido prevista. O que não é previsto são as despesas que pagamos de premiações por termos ido mais além nas competições do que havíamos proposto. Por exemplo, neste ano, trabalhamos com a premissa de chegaríamos em oitavo lugar na Copa do Brasil e chegamos até a semifinal, tivemos que gastar com mais voos, mais jogos. Então, são estas as principais contas que tivemos um desajuste — complementou.
Apesar de encerrar o ano com um prejuízo maior do que o previsto, a projeção para 2024 é otimista, com déficit de R$ 22 milhões e, ao mesmo tempo, a promessa de um maior investimento no futebol.
— Vamos ter uma redução das despesas com dispensas de atletas. Estamos chegando com um grupo que não vou dizer que seja definitivo porque deve ter alterações, mas nem tantas quanto este ano, quando praticamente se montou um time novo. Vamos ter uma folha que, pelo orçamento, é de aproximadamente R$ 2 milhões acima do que temos hoje. Ainda estamos arcando com atletas que emprestamos e pagamos parte do salário e isso consta na nossa folha se formos olhar os números friamente. Mas, isso vai diminuir bastante para o ano que vem. Com isso, conseguiremos chegar a R$ 14 milhões na nossa folha real do futebol — explicou Floriani.