Depois de alguns dias de folga, o Grêmio começa nesta sexta-feira (8) a preparação para um dos trechos mais importantes do Brasileirão. Nas próximas semanas, o time terá o confronto direto pelo G-4 contra Bragantino e Palmeiras, a partida atrasada contra o Corinthians e o Gre-Nal. Resultados que definirão pelo que o clube brigará até o fim deste ano. Pelo título depois de 27 anos ou para confirmar vaga direta à Libertadores?
Mas, para ter essa resposta, três temas são fundamentais. GZH apresenta ponto a ponto das questões que Renato Portaluppi precisará resolver a partir desta sexta.
Desempenho como visitante
No momento, a diferença do Grêmio para os outros concorrentes pelo título está no rendimento longe da Arena. Enquanto Flamengo (20 pontos), Botafogo (18) e Palmeiras (18) lideram no quesito pontuação como visitante, o Grêmio soma apenas 10 pontos fora de Porto Alegre. São três vitórias, um empate e cinco derrotas. Isso significa só 37% de aproveitamento e 11º lugar entre os visitantes. Está, por exemplo, atrás de Goiás e Inter, equipes que estão mais preocupadas em se afastar do Z-4 do que brigar por algo maior na competição.
No primeiro turno, o Grêmio visitou equipes que estão lutando contra o rebaixamento e passou trabalho. As derrotas para Vasco e Santos, duas das piores campanhas da competição, são exemplos dessas dificuldades. O Tricolor levou gol em todas as partidas fora.
— O Grêmio tem uma sequência dura pela frente. É a chance de se consolidar cada vez mais no G-4, continuar a busca atrás do Botafogo e se afastar na tabela de dois concorrentes diretos. Se Renato sonha com o título, como mencionou na última coletiva, ele precisa melhorar o desempenho do time fora — opinou Ramon, comentarista do SporTV.
Consolidação do esquema
Renato mostrou repertório em 2023 para buscar soluções no grupo. Após utilizar o 4-2-3-1 e o sistema com três zagueiros no Brasileirão, a mais recente mudança apresentou um time com três volantes, Cristaldo e uma dupla de ataque. A escalação teve bom rendimento contra Cruzeiro e Cuiabá. O time marcou cinco gols e não foi vazado, além de mostrar bom futebol e eficiência diante dos adversários.
Apesar de o técnico não garantir nada sobre a continuidade em suas últimas entrevistas, a tendência é de que esse sistema 4-3-1-2 siga em uso.
Na avaliação de Tcheco, que acumula experiência como jogador e agora técnico, o mais importante para a consolidação do esquema no Grêmio vem do trabalho da comissão técnica no dia a dia de treinos e avaliação do desempenho pós-jogo.
— É importante entender que os atletas assimilaram a ideia de jogo, que as peças encaixaram dentro de campo. A confiança de eles executarem vem do respaldo, o que é feito via conversas. Mas tendo o encaixe, que é o mais importante, já é meio caminho andado — apontou.
Parceiro para Luis Suárez
Suárez vem entregando exatamente o que se esperava dele. Além de marcar 18 gols, o centroavante também deu 11 assistências. São 29 participações em bolas nas redes em 38 partidas. O que ainda não se encontrou no time é quem será o parceiro dele.
O ano começou com Ferreira como candidato, mas o camisa 10 perdeu seu lugar entre os titulares após lesões e pouco futebol. Bitello também deu indícios de que poderia ser o coadjuvante para auxiliar o protagonista uruguaio, mas perdeu posição por questões extracampo.
A chance do momento agora é de João Pedro Galvão. Contratado na última janela de transferências, o atacante ainda não conseguiu apresentar o desempenho esperado. São cinco jogos ao lado de Suárez, mas ainda sem nenhuma participação em gol. Segundo o Footstats, o camisa 11 não deu nenhuma finalização certa na meta adversária nas quatro partidas que disputou no Brasileirão.
— Se não tiver dois jogadores com potencial de finalizar ou dar assistências, a defesa do adversário vai focar naquele mais perigoso. Assim fica mais fácil de dobrar a marcação — apontou Christian, ex-centroavante do Grêmio.