No formato de bota produzido pelos limites do território italiano, a litorânea Bari está no começo do salto. Como a maioria das equipes do sul da Itália, o clube interessado em contratar o goleiro Brenno tem mais dias de luta do que dias de glória. O acerto com Caíque, do Ypiranga, deixa claro que a saída de Brenno do Grêmio é iminente.
Os Galletti tem até o fim de agosto para fecharem a negociação. A primeira partida oficial da temporada está marcada para o dia 12, diante do Parma, pela primeira rodada da Copa da Itália. Na sequência, terão de encarar a Série B do calcio. A realidade poderia ser outra. Na temporada passada, o Bari esteve perto de subir para a elite do futebol italiano.
Terceiro colocado na competição, precisou disputar um playoff que valia a última vaga na Primeira Divisão do calcio. Passou pelo Südtirol na semifinal, mas caiu para o Cagliari na final e amargará mais uma temporada no segundo escalação.
O que faz com que Brenno, caso seja contratado, chegue em um grupo formado por jogadores em sua maioria desconhecidos. O nome mais proeminente é o do atacante francês Ménez, com passagem por PSG, Milan e Roma.
Em outros tempos, o gaúcho poderia encontrar nomes mais relevantes. Zambrotta, campeão do mundo com a Itália em 2006 e com passagens por Juventus, Milan e Barcelona, é uma das crias do setor Primavera, as categorias do calcio. Outra figura que saiu das divisões inferiores foi Antonio Cassano. Considerado um craque quando despontou no futebol profissional, jogou na Roma e no Real Madrid, entre tantas outras equipes. Seu comportamento explosivo o impediu de ser um jogador mais destacado.
Nos anos 1990, no ápice financeiro do futebol italiano, o Bari contratou David Platt, meia da seleção da Inglaterra. A contratação é considerada a mais importante da história da equipe.
Essa será a a temporada de número 48 na Segundona italiana. Na elite foram 30 aparições, a última delas em 2011. Três anos depois, o clube foi, mais uma vez, à bancarrota e foi refundado. Mas o ano que muda a história do clube é 2018, quando o produtor cinematográfico Aurelio De Laurentiis o compra. O empresário é dono do Napoli, atual campeão italiano. A gestão da equipe da Puglia fica por conta de seu filho, Luigi.
Desde a chegada da família De Laurentiis, o Bari sobe os degraus do futebol italiano. Saiu da Série D e ficou a um gol de dividir o campo com as principais grifes do futebol do país. Caso o acesso fosse conquistado, os De Laurentiis teriam que sair de cena. Na Itália, o regulamento impede que clubes com o mesmo proprietário disputem a mesma divisão.
— O que vai acontecer se o Bari chegar na Série A? Vamos vendê-lo — sentenciou Di Laurentiis quando o acesso parecia próximo.
—Vamos encontrar alguém que saiba lidar com a gestão de um clube — complementou.
Caso chegue ao "salto da bota", Brenno pode ajudar a mudar o destino do Bari.