Mesmo com o retorno de titulares importantes, o Grêmio só empatou com o Fortaleza na Arena. O 0 a 0 deixa a equipe gaúcha na segunda metade da tabela do Brasileirão, com oito pontos em seis rodadas. A partida foi marcada por uma ação especial: a Arquibancada Norte, que estava fechada para cumprir punição, foi ocupada apenas por mulheres e crianças. Apesar dessa possibilidade, o Dia das Mães não foi suficiente para empolgar a torcida, com menos de 20 mil presentes no estádio.
Foi quase o time ideal, o do Grêmio. Renato pôde, enfim, colocar em campo um meio com Villasanti e Pepê na primeira linha, com Bitello, Cristaldo e Vina na segunda, além de Suárez na frente. Atrás, a defesa contou com Thomas Luciano e Reinaldo nas laterais, Bruno Alves e Kannemann na zaga. No Fortaleza, o técnico Juan Pablo Vojvoda mandou um time recheado de reservas, de olho nas oitavas de final da Copa do Brasil, na qual terá um confronto com o Palmeiras na quarta-feira, em São Paulo.
Apesar desse cenário favorável, uma tarde ensolarada de domingo, em casa, contra suplentes, o Grêmio criou menos do que gostaria. E chegou ao terceiro jogo seguido sem vitória na competição. Renato usou o clichê da "briga de cachorro grande" para explicar a sequência.
— Não tem jogo fácil no Brasileirão — resumiu o técnico, que relativizou os retornos dos antigos titulares:
— Tivemos três jogadores voltando contra o Palmeiras, agora foi o Pepê, que voltou e jogou bem. Mas falta ritmo de jogo. O Grêmio não tem vencido, mas está em 11º na tabela, dois, três pontos atrás do sexto. Agora vamos para a Copa do Brasil antes de retomar o foco no Brasileiro.
Pepê saiu do jogo e imediatamente colocou gelo na coxa. Mas garantiu ter sido apenas prevenção:
— Estou feliz pela volta depois de dois meses parado. Me senti bem, tranquilo. O gelo foi só pelo cansaço mesmo. Vamos continuar trabalhando porque o ano é longo e temos muitas coisas a conquistar.
Mais uma vez, o técnico lamentou a falta de opções ofensivas, em especial de pontas velozes. Claro, em outro tom na comparação a domingo passado, quando cobrou veementemente da direção:
— Não temos jogadores de velocidade, e todos os nossos adversários têm. Valorizamos a posse de bola, mas não temos velocidade e isso dá tempo para eles se recuperarem. Sei das dificuldades financeiras, o (presidente Alberto) Guerra pegou um pepino grande, mas estamos trabalhando.
Renato lembrou que nas outras passagens acabou encontrando soluções mesmo quando tinha um grupo menos qualificado. Mas, em sua visão, sempre havia jogadores rápidos. E ainda durante a entrevista, fez questão de exaltar o que foi feito em 2023 e de certa forma alfinetar adversários.
— O Grêmio está se reestruturando. É só o torcedor pensar onde o time estava. Mudamos mais de 50% do grupo e ganhamos os dois campeonatos que disputamos, além do Gre-Nal. Tinha time que estava pronto e nós atropelamos — declarou o treinador, sem especificar sobre qual adversário se referia.
Tanto o técnico quanto a direção reclamaram da arbitragem. Segundo Renato e o vice de futebol Paulo Caleffi, houve um pênalti para o Grêmio no último lance do primeiro tempo, em uma cabeçada de Titi, do Fortaleza, em direção à linha lateral, que bateu no braço de um companheiro posicionado a menos de um metro dele. O árbitro fez um gesto como se a bola tivesse roçado as costas do defensor e o lance foi checado rapidamente.
— Falei com ele no intervalo. Tem coisas que eu não entendo. Tivemos um pênalti na minha concepção. Falei com o árbitro, a minha dúvida é a seguinte: vocês decidiram em dois, três segundos, ninguém toma uma decisão nesse tempo, por mais claro que seja. A bola não pegou nas costas do jogador, pegou no braço. Aí eu pergunto: contra nós, levam três, quatro minutos para tomar a decisão. Por quê? — cobrou Renato.
Na quarta-feira (17), o Grêmio recebe o Cruzeiro pela Copa do Brasil, na partida de ida das oitavas de final. No domingo, o Brasileirão prevê mais um jogo na Arena, o Gre-Nal do primeiro turno. Uma semana decisiva para recuperar jogadores e garantir a sequência do ano.