Pode parecer, para um desavisado, que o Gauchão 2023 não saiu do lugar. Caxias e Grêmio, confronto que marca a decisão do torneio, com jogo de ida sendo disputado neste sábado (1º), a partir das 16h30min, também foi o que abriu a competição. Mas até Anderson Daronco apitar o início do confronto no Centenário para o início da partida, muita bola rolou pelos gramados pampeanos desde aquele 21 de janeiro. Um campeonato que, 155 gols depois, coloca em campo frente a frente duas equipes que trataram bem a bola.
E a personificação do gol é Luis Suárez, quinto maior artilheiro em atividade no futebol mundial. O impacto do "efeito Suárez" foi tanto que sua presença em campo ajudou a elevar a média de público da competição. O uruguaio, com seis gols, luta para ser um dos artilheiros do torneio, faltam dois para alcançar o colorado Pedro Henrique.
Seis também é o número que orbita as ambições gremistas. Apesar de percalços recentes, o Grêmio manteve a hegemonia regional. São cinco títulos seguidos. O hexa significa alcançar as marcas das décadas de 1960, quando foram sete títulos seguidos, e dos anos 1980.
O seis também é o número cabalístico de Renato Portaluppi. Bicampeão como jogador, ele conta com três títulos do Gauchão como técnico.
— Há o favoritismo na cabeça de alguns, por ser o Grêmio contra o Caxias. Para nós, aqui dentro, não tem favoritismo algum. O exemplo que dou ao meu grupo é que grandes clubes não chegaram à final do Estadual, não passaram na Copa do Brasil. O Caxias tem todo o nosso respeito, não chegou à toa, eliminou nosso maior rival.
O número que reluz para o Caxias, do técnico Thiago Carvalho, é o 2. Os caxienses lutam para ser o segundo clube do Interior a conquistar o maior troféu do futebol gaúcho em duas oportunidades, igualando o Guarany-Ba. Na primeira vez dos grenás, em 2000, o Caxias se tornou a segunda equipe a derrotar a dupla Gre-Nal em 46 anos. Nos últimos 22 anos, vários tentaram o feito de desbancar os dois gigantes, mas só o Novo Hamburgo, em 2017, conseguiu o feito.
— São dois jogos diferentes. Na primeira rodada, a gente vinha de uma pré-temporada. Agora, temos um entrosamento melhor. Sabemos que será um jogo difícil, mas esperamos o apoio de todos para levar uma vantagem para Porto Alegre — afirmou o centroavante Eron.
Muito aconteceu desde aquele primeiro Caxias e Grêmio, e muito está por vir nos 180 minutos que começam a ser disputados neste sábado.