A história está ao alcance do Grêmio. O Caxias é o adversário que separa o clube de conquistar pela terceira vez o hexa do Gauchão. Um tipo de conquista raro no futebol do RS. Em 102 edições da competição, a sequência de seis títulos, que é possível de se confirmar na próxima semana, ocorreu em apenas outras duas oportunidades no Tricolor: 1968 e 1990. E após 33 anos da última sequência, Renato Portaluppi e seus comandados podem atingir novamente o feito.
Em 1968, o Grêmio construiu a sua maior sequência de títulos no Gauchão. Uma série iniciada em 1962, no time de Foguinho, Gessy e Airton Pavilhão, e que encarreirou sete taças. Uma das referências do período foi Milton Kuelle. Um personagem de proporção que poucos conseguiram alcançar pelo Grêmio. Kuelle jogou na Baixada, no Olímpico e entrou em campo na inauguração da Arena. Prestes a completar 90 anos, o ex-meia reconhece que os títulos do Gauchão foram um dos motivos que o levaram a ser reconhecido.
— A minha passagem pelo Grêmio foi até 1965. Foi importante ter essas conquistas. Eu e meus companheiros estamos na história do clube por essas taças. Marcamos uma época — comentou.
O peso da conquista, certamente, tinha mais representatividade na década de 1960. Sem Libertadores, Copa do Brasil e o Brasileirão no formato atual, o Estadual ocupava ponto de destaque nos calendários dos clubes. Por isso que Loivo acredita que o hepta tem um peso ainda maior pela comparação histórica.
O ex-ponta chegou ao clube em 1967 e fez parte da conquista dos títulos de 1967 e 1968. Na torcida para que o Grêmio possa repetir a conquista do sexto título consecutivo atualmente, ele pretende acompanhar da Arena a decisão do Gauchão na próxima semana:
— Foi muito importante. Na nossa época, mais de 50 anos atrás, foi um feito extraordinário. Até começarem os Brasileirão no formato atual e outros campeonatos, era realmente uma conquista muito importante. Ficou meu nome e dos meus companheiros marcados na história.
A segunda edição do hexa se confirmou em 1990, com o Caxias como vice-campeão. Um confronto repetido 33 anos depois. Na época, o Centenário foi uma pedra no sapato gremista. Em três jogos no estádio que receberá a primeira final do Gauchão deste ano, nenhuma vitória gremista. As duas derrotas e um empate ao longo da competição forçaram a decisão para a última rodada do quadrangular final, quando a goleada por 4 a 1 no Gre-Nal confirmou o título para o Tricolor.
O ex-zagueiro João Marcelo, hoje morando em Salvador, guarda a faixa de campeão com carinho. O troféu serve para lembrar da importância que um gol seu teve na campanha. Ele marcou no empate em 1 a 1 com o Caxias no Olímpico, durante a fase decisiva, o que colocou o Grêmio em condições de confirmar o título com a vitória no Gre-Nal.
— Na realidade, é uma conquista de vários grupos de jogadores. Uma importante marca para o clube. Isso indica seis anos consecutivos ganhando do nosso grande rival. Comemoramos muito — recorda João Marcelo.
Presidente em 1990, Paulo Odone indica que o caminho que pode ser repetido agora é algo importante. Principalmente para a gestão de Alberto Guerra, que assumiu o clube em um momento de reestruturação da equipe.
— Foi fundamental para nós. Quando assumi, o Grêmio também não estava bem. Mas tinha um bicampeonato. Conseguimos fazer o hexa, combinando com a Copa do Brasil (de 1989) — disse.
O Grêmio torce que o roteiro se repita 33 anos depois. Mas desta vez com a missão de voltar de Caxias do Sul com um bom resultado para decidir o hexa na Arena no próximo sábado (8).