Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, o presidente do Foz do Iguaçu, Arif Osman, acusou a antiga gestão do Grêmio de não honrar o valor correspondente aos 30% dos direitos econômicos de Pepê. Vendido ao Porto em 2021, o atacante rendeu cerca de R$ 98,6 milhões na cotação da época. Os paranaenses teriam direito a cerca de R$ 29 milhões. Mas, segundo o ex-CEO gremista, Carlos Amodeo, a versão apresentada não é verdadeira e o imbróglio surgiu por conta de uma operação feita pelo clube paranaense.
O Foz, por sua vez, alega ter provas de que o Grêmio não repassou o valor devido. Ainda de acordo com o presidente, isso prejudicou o clube na montagem do elenco para 2023:
— O Foz tem seus direitos reconhecidos em documentos. Temos os documentos que provam. A gestão anterior do Grêmio foi catastrófica. Tive que montar um time pífio, sem orçamento algum. Fomos deixados às traças. É um clube gigante pisando em um pequeno — reclamou Osman.
Segundo Amodeo, o Foz notificou o Grêmio de que negociou parte dos 30% que tinha direito para terceiros — a partir disso, estes deveriam receber o correspondente a 20% da venda. Então, o Porto quitou três parcelas e o Tricolor encaminhou os repasses, como acordado. Porém, após isso, o Foz emitiu uma nova notificação, solicitando que todo o valor correspondente aos 30% fosse pago diretamente a ele.
— Esse imbróglio só existe por ter sido causado pelo Foz. Que quer receber o valor em detrimento dos terceiros. O Grêmio não pode pagar ao Foz e depois ser cobrado pelos terceiros. Entendemos que cumprimos o que foi combinado. Para proteger os direitos do clube, optamos naquele momento em aguardar a demanda no CNRD estabeleça para quem será pago — afirma Amodeo.
Por conta do conflito, o Grêmio informou que cumpriria o que foi acordado inicialmente. O Foz acionou a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão da CBF para esse tipo de disputa, e o departamento jurídico do Tricolor orientou a esperar uma posição da entidade para solucionar a disputa.
Amodeo afirmou que os pagamentos aos terceiros (apontados pelo Foz do Iguaçu) estão ajustados e serão feitos ao longo de 2023. Além disso, já estão previstos no orçamento do Tricolor, e todos os valores estão devidamente registrados na contabilidade do Grêmio desde a data de venda do atleta em 2021.