Dono da melhor campanha da primeira fase, o Palmeiras chega aos mata-matas mirando o título inédito. Depois de dois vice-campeonatos, incluindo o de 2021, o clube quer superar os últimos desempenho e, enfim, erguer a taça do Brasileirão Feminino. A primeira decisão acontece neste domingo (14), às 11h, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
Na reedição do duelo eliminatório na edição passada, o clube paulista chega modificado. O Grêmio irá encontrar uma equipe com opções no ataque, algumas fragilidades, mas com a motivação de ter um novo roteiro em 2022. É o que projeta Luis Felipe Pereira, analista de desempenho e consultor tático de futebol feminino.
— O time, que por 13 rodadas foi comandado por Hoffmann Túlio e teve o retorno de Ricardo Belli na parada para a Copa América, alternou entre exibições intensas, dominantes do ponto de vista ofensivo, sobretudo em casa (ou contra equipes abaixo das quatro primeiras posições) e outras que expuseram fragilidades defensivas evidentes e um desempenho abaixo diante de adversários cujas características "machucavam" os pontos mais frágeis do time.
A pontuação de 37 pontos na fase inicial é a mesma da edição de 2022, mas com o clube na liderança e dois pontos à frente do segundo colocado São Paulo. Os 45 gols marcados garantiram o melhor ataque. Os 13 sofridos, por sua vez, foram a segunda melhor defesa entre as 16 equipes. Os números apontam para um estilo de jogo que prioriza a parte ofensiva. Bia Zaneratto é a principal referência do ataque, liderando a equipe na artilharia, em número de assistências e de participações diretas em gols.
— O repertório e eficiência na bola parada, a movimentação constante de suas jogadoras do meio e do ataque, assim como as triangulações, sobretudo pelo setor direito do ataque, jogadas de apoio frontal e a qualidade de suas meio-campistas no momento de executar passes verticais são algumas das armas do propositivo time do Palmeiras, que aposta em um perde-pressiona, avançando as linhas com muita intensidade para dificultar a progressão dos adversários — detalha o analista.
Para superar o adversário, o Grêmio poderá se utilizar de um contraveneno. O time paulista se sente confortável quando tem a posse e o espaço para construir as jogadas, e também quando a formação tática do lado oposto atua em bloco médio, sem a pressão alta. Para Luis Felipe Pereira, a transição defensiva ainda gera falhas em alguns momentos.
— A transição defensiva e as características das jogadoras do meio para frente, gestão dos espaços e recomposição nos momentos sem bola ainda deixam a equipe muito exposta em alguns momentos. Quando neutralizado pelo corredor central, quando é pressionado de forma assertiva na saída de bola e sem a presença de pontas de ofício, que "pisam na linha lateral" e rompem o tempo todo, o Palmeiras encontra dificuldades para sair de cenários que fogem da zona mais confortável para a equipe.
Antes da viagem para o Rio Grande do Sul, a equipe estreou pelo Paulistão. Diante do Pinda, aplicou uma goleada de 6 a 0. Bruna Calderan, Bia Zaneratto e Ary Borges, duas vezes cada, e Evelin marcaram os gols no Canindé.