O empate sem gols com o Vasco, em um São Januário lotado, mostrou uma mudança de postura da equipe sob pressão. Ainda que a distância para o G-4 tenha aumentado, devido à vitória do Sport, e o Grêmio possa perder mais algumas posições com o complemento da rodada, o ponto somado fora de casa, contra um rival direto, alivia um pouco da tensão sobre a comissão técnica e o departamento de futebol.
— Foi um jogo relevante para uma cultura de fazer as coisas como o Grêmio sempre fez. Isso tem o valor de uma retomada. Precisa ser algo definitivo para a Série B. Temos de fazer a recuperação. O que eu quero é convocar a torcida. Tratemos esse jogo de hoje (quinta-feira) como uma virada de página — disse o presidente após o jogo.
A tranquilidade para o trabalho da comissão técnica ganhou sobrevida, ao menos, pelos próximo cinco dias, até o time voltar a campo. Na próxima terça-feira, na Arena, o Novorizontino será o adversário. Com a obrigação de encerrar a sequência sem vencer na Série B ou convidar novamente a crise para o ambiente gremista.
A sequência sem vitórias se ampliou para o quinto jogo consecutivo na competição, mas o ponto conquistado em São Januário tem sabor diferente dos que foram somados nos empates com Vila Nova, Criciúma e Ituano. Nem mesmo o susto com a bola que acertou o travessão de Brenno nos minutos finais abalou a confiança no que foi demonstrado pela equipe no Rio de Janeiro.
— O empate temos de valorizar pelo momento. O ideal era vencer, mas é um adversário direto pelo G-4. Controlamos bem o jogo, teve algumas coisas bem boas — disse Roger Machado.
O resultado não foi o ideal, mas a exibição apresentou pontos positivos na postura da equipe. Algo que foi exaltado por Bruno Alves ao final da partida.
— Disputamos todas as bolas, colocamos o nosso ritmo, mas foi um jogo mais truncado. O saldo positivo foi a atitude, de um time aguerrido e que luta até o fim — disse o zagueiro.
Na análise de Roger Machado, o jogo contra o Vasco foi o melhor do Grêmio na Série B. Nem tanto pela exibição da parte técnica, mas pela forma como o time soube equilibrar na parte emocional e no confronto físico:
— O que ficou marcado para o torcedor foi a forma como encaramos o adversário e o jogo. Fizemos nossa melhor partida, com o espírito de Série B.
O técnico também citou a pressão externa que se instalou no ambiente do clube nos últimos dias. Segundo ele, as cobranças e reuniões com dirigentes do clube não interferiram no time.
— O papel da gente é nos blindar do que vem de fora. Da minha parte, como líder do processo, é passar confiança. Internamente, o ambiente estava bom. Já basta a pressão pelo nosso desejo de subir. Estávamos comemorando o título dois meses atrás. Éramos todos bons e agora somos todos ruins. Se entrarmos nesse ciclo, não fazemos nada — afirmou.
Com mais alguns dias de trabalho pela frente até a próxima partida, o Grêmio ainda não terá os retornos de Campaz e de Villasanti. Os dois jogadores estão com suas seleções para a disputa de amistosos. Com a boa atuação de Thiago Santos, o meio-campo deve manter a estrutura para a partida contra o Novorizontino. Benítez deve ter a disputa com Janderson observada nos treinamentos.