O Grêmio deve repetir para a sequência da Série B a ideia vitoriosa da Recopa Gaúcha. O time para enfrentar o Vila Nova neste domingo (29) será preparado para atuar com três zagueiros, com a dúvida entre Kannemann e Rodrigues para completar o setor ao lado de Bruno Alves e Geromel. A tendência é de que o argentino siga como titular para a partida no Estádio Serra Dourada, mas ainda será reavaliado para determinar se terá condições de suportar o desgaste de dois jogos em seis dias após ficar quase seis meses sem atuar.
Mesmo com a dúvida em relação à composição do trio de zagueiros, a estrutura do time utilizado em Vacaria será experimentada também na Série B. O objetivo da comissão técnica é promover uma nova ideia de jogo, em busca de maior poder ofensivo, mas sem expor o sistema defensivo.
Um dos pontos que não foi aprovado em relação ao modelo utilizado no empate com o Criciúma foi o espaço que ficou entre os atacantes e o meio-campo. Bitello, mais preso no lado esquerdo, também caiu de rendimento, afastado da zona central do campo.
— O primeiro objetivo (com os três zagueiros) foi equilibrar o time, mas com o retorno do Kannemann ganhamos mais uma opção. O Natã também se firmou, ganhamos alternativas para quem sabe ter uma linha de cinco na sequência, com um volante, dois meias, dois atacantes e dois alas — explicou Roger Machado sobre a nova proposta tática estudada para o time.
Prestes a fazer sua estreia na Série B, Kannemann concedeu entrevista coletiva no CT Luiz Carvalho na quarta-feira e despistou sobre preferência por jogar com um companheiro ou outros dois zagueiros na linha de defesa. O argentino disse que a entrega dentro de campo é mais importante do que a disposição tática da equipe no momento.
— Com dois ou três zagueiros, o jogador tem de entrar e dar o máximo, fazer funcionar. Dar 100% de si. É uma oportunidade para tirar o Grêmio desta situação. O jogador tem que demonstrar dentro de campo. Não tem segredo — explicou Kannemann, que atuou por 57 minutos contra o Glória na terça-feira.
Após iniciar a competição com o tripé de meio-campistas como fiador do modelo de jogo, e testar um time com dois centroavantes contra o Criciúma, Roger busca agora mesclar o que cada alternativa tática entregou de melhor. Manter a solidez defensiva, mas ter mais jogadores à frente da linha da bola como opção de passe.
— A diferença desta ideia de três zagueiros em relação ao 4-4-2 é que você consegue usar os dois centroavantes, mas não perde os meio-campistas e o sistema defensivo. O Bitello pode jogar centralizado, não precisa ficar pelo lado. Ganha essa consistência na hora de atacar, sem tirar os jogadores de suas principais funções. Dentro do que temos visto do Roger, passa por aí. Enquanto acaba perdendo um pouco o meio com os dois centroavantes e as duas linhas de quatro, além de tirar um jogador de sua posição — comentou Gabriel Corrêa, analista tático do Footure.
O treino de quarta-feira (25) apresentou poucas respostas para esclarecer o mistério da escalação que o Grêmio terá contra o Vila Nova. Edílson, que participou da sequência recente de treinamentos, não fez a atividade com bola e realizou apenas trabalhos físicos. Geromel também permaneceu na academia e não foi para o campo com o restante do grupo que não começou a partida contra o Glória.
Com as peças que estavam à disposição, Roger montou o provável time titular com três zagueiros. Bitello foi observado como ala pela direita, Nicolas na esquerda, e Biel formou com Lucas Silva e Villasanti o trio de meio-campistas. Elias e Diego Souza foram os atacantes. Bruno Alves, Heitor e Michel eram os zagueiros no trabalho.