O vice de futebol do Grêmio, Dênis Abrahão, concedeu entrevista coletiva após o empate em 0 a 0 com o Vila Nova, pela nona rodada da Série B. Houve dois pontos principais nas explicações do dirigente. Uma foi a reclamação pela falta apontada pela arbitragem que anulou o gol marcado por Diego Souza no início da partida. A outra foi o reconhecimento de que o time tem jogado menos do que deveria.
— O momento é ruim, o resultado foi horroroso. Mas aos 11 minutos, teve um lance decisivo. Não quero imputar o mau resultado a esse lance. Só que a análise foi da imprensa. Conversei com o Villasanti (envolvido no lance), escutei os analistas de arbitragem e todos disseram que não foi falta. Isso poderia ter mudado o resultado do jogo. Estamos vivendo instabilidade. Se tu sai ganhando, passa para o adversário. Vou usar como desculpa? Não. Mas pergunto: por que anularam mais um gol legítimo do Grêmio? Estou falando com base no que escutei na imprensa gaúcha e nacional — disse o dirigente.
Segundo Dênis Abrahão, o departamento de futebol tem feito tudo o que pode para melhorar a situação da equipe. Ele disse que estão ocorrendo conversas, trabalho de blindagem, preservação dos atletas, com todos os setores à disposição dos profissionais. Mas admitiu que isso não está sendo o suficiente, e nem mesmo a mudança tática proposta por Roger resolveu os problemas.
— Não posso questionar tudo e todos. Faço outras perguntas. Será que esse grupo não deveria estar produzindo mais? Por que os erros de arbitragem? Por que os erros dos jogadores? De repente, devemos trabalhar mais variações táticas durante a partida. Com esse plantel dá para jogar muito mais. Fizemos uma nova variação, jogamos com três zagueiros. Trabalhamos com essa possibilidade, na quinta deu problema, na sexta deu problema e no sábado o Kannemann passou mal e não pôde jogar. Com Kannemann, teríamos outro cenário, porque ele passa segurança.
Ao longo da partida, torcedores gremistas presentes no Serra Dourada gritaram o nome de Renato Portaluppi. Dênis comentou sobre esse pedido:
— Escutei a torcida berrando Renato. Como escutei o mesmo torcedor proferindo termos de baixo calão na nossa chegada ao estádio. Um deles passou o jogo inteiro me ofendendo. Respeito o torcedor. Torcida quer ganhar, gente. É legítimo. São fatos normais, corriqueiros. Se tivéssemos ganhado, estariam idolatrando Roger, Campaz, Diego Souza. O dirigente precisa trabalhar para fortalecer o que estamos fazendo. Tem muita coisa para acontecer, reunião para fazer, treino, trabalho psicológico.
O dirigente cometeu um erro ao falar sobre as dimensões do gramado do Serra Dourada, que já há alguns anos não é maior do que os demais das principais divisões do futebol brasileiro. Isso, em sua visão, poderia ter contribuído para o esgotamento físico dos atletas. Mateus Sarará, por exemplo, saiu com cãibra aos 10 minutos do segundo tempo. Outros jogadores, como Bitello, também terminaram exaustos. E sobre a ausência do lateral-direito Edilson, justificou:
— Edilson se sentiu inseguro, e a direção sentiu que o melhor era não colocá-lo porque se exige muito do ala. Se está assim, vamos dar um tempo. Trabalhou fortemente ontem e hoje, não sentiu nada. Na terça ou na quarta, vamos divulgar a lista e ele estará conosco.
O Grêmio volta a campo na quinta-feira (2). Às 20h, em São Januário, tem confronto direto pelo G-4 diante do Vasco.