Exatos 30 anos depois de vencer o Operário-MT por 7 a 1, no Estadio Olímpico, e garantir o retorno à primeira divisão brasileira, o Grêmio chega a Campinas na tarde desta sexta-feira, 8 de abril, para começar a disputar a Série B pela terceira vez na história.
A curiosa ligação entre as datas passa desapercebida para quem não pesquisar as outras duas campanhas do clube no torneio, mas certamente o objetivo será o mesmo: que essa seja apenas uma passagem, para que possa ser lembrada no futuro como o início de uma nova etapa, como aconteceu após 1992 e 2005.
Se o começo da terceira vez na segundona é algo que pode deixar os gremistas um tanto envergonhados, como já disse o próprio presidente Romildo Bolzan, vale recordar como foi aquele confronto de 1992, quando 56.450 torcedores lotaram a velha casa gremista para vibrar com os gols de Lira, Carlinhos, Cuca e Juninho, no primeiro tempo, e de Caçapa, Biro-Biro e Caio na etapa final.
O time treinado por Ernesto Guedes, que substituiu Valdir Espinosa depois que a equipe só venceu uma das quatro primeiras rodadas, atuou com: Emerson; Chiquinho, Luciano, Vílson e Lira; Jandir (João Marcelo), Caçapa, Cuca e Juninho; Caio e Carlinhos (Biro-Biro).
Trinta anos depois, o apoio do torcedor será fundamental mais uma vez para que o clube volte ao seu lugar de direito. Até por isso, nos últimos dias, o clube lançou a campanha "Alentaço", que busca engajar a torcida em um movimento de apoio e união.
— Estamos criando um projeto para enfrentar a Série B. Será uma campanha de absoluta sintonia e de muita participação e integração, seja dentro de campo ou de forma externa. Estaremos completamente juntos — disse o presidente gremista.
Vale recordar ainda que aquela competição de 1992 foi disputada por 32 equipes divididas em quatro grupos de oito, com os três primeiros colocados avançando para as fases seguintes e automaticamente garantindo o acesso para a primeira divisão.
Dessa forma, as etapas seguintes serviram apenas para apontar o campeão, que foi o Paraná Clube, em decisão diante do Vitória. Com os 12 times classificados para a Série A de 1993, ocorreu uma mudança do regulamento, que previa que as 12 equipes se enfrentariam no sistema de mata-mata até restarem três, que disputariam o triangular final. Porém, a CBF resolveu dividir os times em três grupos de quatro e o Grêmio ficou em terceiro em sua chave, que teve Criciúma e Paraná nas duas primeiras posições. Segundo as regras, os dois primeiros avançariam de fase, mas o Fortaleza alegou ter sido prejudicado pela troca de fórmula da competição e dessa forma a CBF abriu mais duas vagas: uma para o time cearense e outra para o dono de melhor campanha entre os eliminados, no caso o Grêmio. Porém, a direção alegou prejuízos financeiros e desistiu de seguir na disputa.