Em busca de maior potencial ofensivo dentro do modelo tático estabelecido no Gauchão, o Grêmio terá novidades para a partida contra a Chapecoense. Além da expectativa pelo retorno de Diego Souza, que perdeu a estreia na Série B para melhorar a parte física, uma das mexidas estudadas pretende aumentar a capacidade de atacar pelo lado direito.
A expectativa é pelo volta de Edilson ao time titular. O lateral-direito cumpriu suspensão na estreia contra a Ponte Preta e a tendência é de que o time volte a ter um lateral de origem na função para o jogo desta sexta-feira na Arena.
Após a decepção com as atuações de Orejuela, o Grêmio fez seis partidas com Rodrigues na lateral-direita sob o comando de Roger Machado. Neste período, o time sofreu apenas um gol com bola rolando e um gol em cobrança de falta de Taison.
E o zagueiro improvisado ainda teve participação importante como presença na área do adversário em lances de bola parada: marcou um gol e deu uma assistência. Mas para ter mais estabilidade defensiva, sacrificou um pouco do potencial de atacar pelo lado direito.
Com o aumento do nível dos adversários na disputa da Série B, será importante diversificar o repertório ofensivo das opções à disposição de Roger. Contra a Ponte Preta, o Grêmio acabou concentrando seus ataques pelo lado esquerdo, como mostra o mapa de calor ao lado.
Rodrigues arriscou apenas um cruzamento na partida e teve mais participações na parte defensiva. Como Campaz é um jogador que também não explora muito as investidas em direção à linha de fundo — costuma cortar para o meio e buscar a combinação pela faixa central do campo —, o time não explorou o setor de forma mais eficiente.
Como solução para a situação, o retorno de Edilson é apontado como provável para o jogo contra a Chapecoense. Desde que acertou a volta ao clube após encerrar o contrato com o Avaí, o lateral cumpriu rotina de treinos com intensidade de pré-temporada. Até o jogo desta sexta-feira, o jogador terá completado 30 dias de treinos no CT Luiz Carvalho.
— É muito importante. Além do Edilson ser referência no grupo, garante respeito até das outras equipes. Será um bom reforço. Não tem comparação com um zagueiro improvisado. Hoje em dia, com jogador da posição, dá um pouco mais de facilidade para chegar à frente. Qualifica o apoio, tem bom chute e também cruzar bem. O adversário fica mais preocupado com ele em campo — diz o ex-lateral Patrício, campeão da Série B, bicampeão gaúcho e vice-campeão da Libertadores pelo Grêmio.
Para contar com um meio-campista mais ofensivo no tripé utilizado, Roger Machado tem duas alternativas já testadas no Gauchão e que podem voltar a ser repetidas. A primeira é uma troca simples na equipe, com a entrada de Gabriel Silva no lugar de Lucas Silva. Foi assim que a atual comissão técnica começou esta passagem pelo clube. O Grêmio teve o trio Villasanti, Gabriel Silva e Bitello na goleada por 4 a 0 sobre o São Luiz.
— Futebol é feito por momentos. A confiança vem com três ou quatro vitórias. É ter paciência. Você pode ganhar ofensivamente, mas perder consistência. Um pouco de paciência e esperar. Não ganhou o jogo contra a Ponte, mas teve muitas chances de marcar. Todo o sistema é bom com confiança para executar as funções. O Roger sabe o que está fazendo — opinou Luis Carlos Goiano, ex-volante do Grêmio multicampeão nos anos 1990.
Uma segunda alternativa também já foi observada por Roger, mas exige mais alterações. Na vitória sobre o Ypiranga, na última partida da fase de grupos, e no Gre-Nal que terminou em derrota por 1 a 0 no Beira-Rio, Campaz ocupou a função de meio e Janderson atuou aberto pela direita. Com a chegada de Gabriel Teixeira do Fluminense, essa opção ganha força.
— Ele se libertou algumas vezes no campo. Na verdade, a gente alternou um tripé, e o gatilho de pressão era justamente o Campaz pressionar o zagueiro. Em algumas vezes ele ficava à frente e defendíamos em duas linhas de quatro. Essas engrenagens precisam ser melhores ajustadas. No começo do jogo, essa flutuação do Campaz gera benefícios e dúvidas, principalmente no lado do Bitello. Essa variação de posicionamento não pode dar problema na hora de defender — explicou Roger sobre a utilização de Campaz no meio.
O certo é que a expectativa de melhora do ataque passa pelo retorno de Diego Souza. Em recuperação de edema muscular na coxa esquerda, o centroavante participou do treino de segunda e será observado pela comissão para avaliar sua disponibilidade para sexta-feira.