O eldorado encontrado pelos jogadores brasileiros não tem mais as mesmas riquezas, e eles estão retornando ao Brasil. A seca da fonte de altos salários na China transformou o país asiático em uma fonte de contratação para as equipes daqui. Nos últimos anos, os clubes investiram pelo menos em nove jogadores na tentativa de reforçarem seus times. Entre eles está o Grêmio.
O Tricolor trouxe o centroavante Elkeson para encorpar o elenco para a disputa da Série B. O ex-jogador do Guangzhou ainda precisa melhorar o condicionamento físico para estrear. A readaptação ao tipo de treino e ao calendário brasileiro são as principais barreiras enfrentadas por quem retorna de um local tão distante. Alguns superam os empecilhos. Outros, não conseguem reviver seus melhores momentos.
A seguir, GZH mostra como foram os retornos de alguns jogadores que desembarcaram no Brasil após um tempo atuando nos arredores da Grande Muralha.
Hulk
Incrível, Hulk se tornou o grande nome do futebol brasileiro na temporada passada. Apesar de alguns atritos com Cuca no início da relação no ano passado, ele empilhou gols no Brasileirão. É o exemplo que o Grêmio quer que se materialize com Elkeson.
Após poucos jogos no Brasil pelo Vitória, Givanildo Vieira de Sousa fez carreira na Europa. Em 2016, chegou ao futebol chinês. Foram cinco anos no Shanghai SIPG. Sua fortaleza física não foi perdida. Com 49 gols, dois deles sobre o Inter, em 80 jogos desde o retorno, seu nome passou a ser perdido na Seleção Brasileira.
O trio do Corinthians
Os corintianos adquiriram "ex-chineses" no atacado. Três jogadores foram contratados na temporada passada. Quem mais se destaca é Renato Augusto. Homem de confiança de Tite nos primeiros dias do treinador à frente da Seleção, o meia eleva o nível da equipe quando está em campo. Após cinco anos no Beijing Guoan, ele voltou ao Corinthians. Mesmo que nem sempre tenha a mesma vitalidade, o jogador de 34 anos disputou 15 partidas nesta temporada.
Roger Guedes nunca teve o status de Renato Augusto, mas foi outro "resgatado" do futebol chinês que chegou com pompa ao clube paulista. Depois de um bom 2018 no Atlético-MG, o meia-atacante jogou por três anos no Beijing Guoan. Desde o seu retorno, tem sido um andarilho em campo, tendo sido escalado em diferentes posições. Quase um ano após a volta, entrou em campo 36 vezes e marcou 11 gols.
Paulinho, assim como Renato Augusto, foi outro jogador histórico repatriado pelo Corinthians. Foi um caso raro de atleta que conseguiu retornar ao futebol europeu após passar pela China. Saiu do Tottenham em 2015 para vestir a camisa do Beijing Guoan. Desembarcou outra vez no Velho Continente para uma temporada no Barcelona, antes de, em 2018, se mudar outra vez para Pequim. Ainda fez uma breve escala de quatro partidas na Arábia Saudita para, depois, assinar com o Corinthians. Aos 33 anos, ainda tem fôlego para jogar de área a área. Até aqui foram 56 partidas pela equipe paulista.
A dupla do São Paulo
Uma alegria e uma decepção vieram na encomenda que chegou da China na porta do Morumbi. Reinventado o time a cada ano para tentar retomar o caminho dos títulos, o São Paulo contratou, no ano passado, o zagueiro Paulo Miranda e o atacante Éder.
O veterano defensor marcou época no São Paulo entre 2006 e 2011. Atuou na Espanha, na Itália e chegou à Seleção Brasileira. Entre 2019 e 2020 defendeu o Jiangsu Suning. Em seu retorno, no ano passado, foi um dos poucos jogadores que passaram incólumes às críticas da torcida. Aos 37 anos, perdeu espaço nesta temporada. São somente nove partidas.
Situação oposta à do atacante. Éder é mais um daqueles atletas que deixam o país sem serem notados e fizeram carreira sólida do outro lado do Atlântico. No caso dele, na Itália. Seus gols no calcio o levaram à seleção italiana. Depois de uma década no país, passou três temporadas no Jiangsu Suning. Desde o ano passado no São Paulo, o jogador de 35 anos tem convivido com lesões e com a ausência de gols. Em 2020, foram somente cinco em 29 partidas. Proporcionalmente, tem jogado mais em 2022, com 17 presença, mas a média de gols segue baixa, foram apenas dois até aqui.
Ricardo Goulart
Ao vestir a camisa eternizada por Pelé, Ricardo Goulart, nos números, produz quase um xerox de seu primeiro retorno da China. Aposta de Paulo Roberto Falcão no Inter em 2011, o atacante ganhou destaque em Goiás e Cruzeiro nos anos seguintes.
Seus gols e passes o levaram para o Guangzhou Evergrande em 2015. Quatro anos se passarem até o primeiro desembarque no Brasil. A passagem pelo Palmeiras teve apenas quatro gols e muitas lesões. Problemas físicos e a chance de voltar para a Ásia o fizeram sair após 12 partidas.
Foram mais três temporadas entre Hebei FC e Guangzhou Evergrande. Desde o começo do ano na Vila Belmiro, marcou quatro vezes em 14 jogos. Assim como Elkeson, Goulart se naturalizou chinês e atua no Brasil como estrangeiro.
Ramires
Os anos na China tiraram a vitalidade de Ramires. Apesar de ter disputado 43 partidas pelo Palmeiras, entre 2019 e 2020, deixou poucas lembranças. Depois de uma longa e vitoriosa carreira na Europa, o volante passou dois anos no Jiangsu Suning antes de regressar ao Brasil. Desde que deixou o clube paulista não jogou mais.
Léo Baptistão
Esteve nos planos do Inter no ano passado, mas acertou com o Santos. Até aqui, os dirigentes colorados devem sentir alívio por terem perdido a disputa pelo atacante. Após longa carreira na Espanha, Léo Baptistão se aventurou entre 2019 e 201 no Wuhan Zall.
Desde a chegada à Vila Belmiro, tem vestido mais a camisa de treino do que a de jogo. São somente 15 partidas e dois gols, ambos marcados este ano.