A boa impressão deixada pela goleada na estreia, e o otimismo de uma recuperação rápida da equipe, se desmanchou na derrota para o Mirassol. Na segunda partida sob o comando de Roger Machado, o time acabou batido por um adversário da Série C e ligou o sinal de alerta com a volta da desconfiança do torcedor do Grêmio com o desempenho do clube em momentos de maior responsabilidade.
Em sua entrevista coletiva, o técnico Roger Machado citou a questão da confiança como foco do trabalho para a sequência que vem pela frente.
— A gente terá de reconstruir também a autoestima dos atletas. Comentei que a gente não pode se habituar a perder. É momento de conjuntamente, todos nós, estarmos juntos. É preciso reconstruir nesse ano. Mais um insucesso pesa. Precisamos sofrer hoje e amanhã, mas no final de semana já temos jogo. Ficamos pelo meio do caminho, algo que nunca tinha acontecido na história do clube, mas temos de entender o momento que estamos para seguir — comentou Roger Machado.
O custo da derrota para o Mirassol, além de machucar novamente o torcedor já sofrido com toda a disputa da Série B pela frente, também será sentido na parte administrativa. Sem participar da segunda fase da Copa do Brasil, o clube deixa de receber mais, no mínimo, R$ 1,5 milhão. Esse é o valor pago pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aos participantes da próxima rodada da competição.
— Sucumbimos aos primeiros momentos de pressão. Não conseguimos controlar a bola no início. A gente voltou para o jogo, empatamos e viramos a partida novamente na bola parada. Mas pecamos em dois momentos que tínhamos a bola e entregamos rápido ao adversário — lamentou o técnico.
Com sete dias pela frente até o Gre-Nal, com o jogo contra o Novo Hamburgo no meio deste caminho, a pressão volta a ser companheira de jogadores, comissão técnica e direção. E, por conta destas dificuldades, o técnico também teve de projetar a sequência da temporada. Questionado se o atual grupo será suficiente para enfrentar a temporada, Roger ressaltou a necessidade de reforçar o grupo.
— Acredito que vamos fazer um time muito competitivo, a camisa do Grêmio é muito pesada. Mas só ela não entra em campo. Organizando melhor, tomando melhores decisões com modelo e titulares, podemos elevar muito o nível do time. Mas a gente vai precisar fortalecer o elenco. Nosso grupo é muito jovem.
O vice de futebol, que falou em entrevista coletiva após o técnico, disse que o clube está trabalhando "sem alarde e sem barulho" por mais contratações. Mesmo reconhecendo as dificuldade, Denis Abrahão falou que não há perspectiva de chegada imediata de mais jogadores.
— Já trouxemos três jogadores da base que hoje (terça-feira) foram titulares. Talvez esses meninos não teriam a oportunidade. Estamos trabalhando. No momento oportuno, vamos informar quando realizarmos a contratação. Não tem nada fechado. Tem muita análise de mercado. Mas, efetivamente, contrações não.