Dos três atletas que se despediram do Grêmio na última quarta-feira (15), o lateral-direito Rafinha era quem havia desembarcado mais recentemente em Porto Alegre. Principal contratação tricolor para o início da temporada 2021, ele chegou à Arena em março, indicado pelo então treinador gremista Renato Portaluppi. Somando Gauchão, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Brasileirão, foram 43 jogos durante o ano, com oito assistências para gols.
Com uma trajetória sólida da Europa, multicampeão no Bayern de Munique, e uma passagem recente também vitoriosa pelo Flamengo, Rafinha estava no Olympiacos, da Grécia, e foi contratado pelo Tricolor com grandes expectativas. Contudo, sua trajetória no clube ficou marcada pelo rebaixamento à Série B.
Apesar da indicação da contratação, Rafinha e Renato não chegaram a trabalhar muito tempo juntos, já que o comandante foi demitido em 15 de abril, após a eliminação na Libertadores para o Independiente del Valle, competição em que o lateral de 36 anos não fora inscrito.
Disputando posição com Vanderson, o camisa 13 não demorou muito tempo para assumir a condição de titular e ajudou a equipe a superar o Inter na decisão do Gauchão. Contudo, foi expulso aos 38 minutos do Gre-Nal decisivo após se envolver em confusão com o atacante colorado Yuri Alberto.
Improvisações
Depois do início com desempenho negativo de Tiago Nunes no Campeonato Brasileiro, o Grêmio optou pela saída do técnico e trouxe Luiz Felipe Scolari para o cargo. Com Felipão, Rafinha oscilou de rendimento, como toda a equipe, porém se manteve na maior parte do tempo como titular. Seja pelo lado direito ou também na lateral esquerda, posicionamento encontrado pelo novo treinador para aproveitar Vanderson e suprir uma carência do outro lado, já que Cortez, Diogo Barbosa e Guilherme Guedes não faziam bons jogos.
Após a saída do treinador, Rafinha revelou que os jogadores conversavam com a comissão técnica sobre formas de deixar a equipe mais ofensiva — uma característica contrária ao modelo de jogo de Scolari.
— O Grêmio tem muitos jogadores rápidos, de transição e de muita técnica. Os jogadores se sentem mais confortáveis assim (jogando de forma ofensiva). É o futebol do Grêmio que é assim. Não é do Renato, do Tiago ou do Luiz Felipe. O Grêmio sempre marcou forte, mas, nos últimos anos, o Grêmio se tornou um time de muita qualidade, que sempre jogou para frente. É uma coisa que está no DNA. Quando temos um treinador que gosta mais de um modelo defensivo e conservador, é claro que a gente acaba priorizando a parte defensiva — explicou Rafinha.
Cartões e reta final
Além do lance do Gre-Nal do Campeonato Gaúcho, a passagem de Rafinha pela Arena também ficou marcada outra expulsão e suspensões. Diante do Santos, na Vila Belmiro, quando a equipe gremista perdeu por 1 a 0, ele envolveu-se em confusão com um gandula ao término do confronto, recebendo cartão vermelho. Esse foi o último jogo de Luiz Felipe pelo Grêmio.
De fora do confronto com o Palmeiras, Rafinha xingou a equipe de arbitragem nos vestiários e foi suspenso pelo STJD. O jurídico do clube obteve um efeito suspensivo, e o lateral conseguiu estar em campo diante do São Paulo, em jogo da 36ª rodada, seguinte ao julgamento no Tribunal.
Embora o rebaixamento do Grêmio definido na rodada final, Rafinha cresceu de rendimento na reta final do Brasileirão, acumulando três assistências (contra Bahia, São Paulo e Atlético-MG) nas últimas partidas.