A reação do Grêmio nos últimos dois jogos passa pelos pés de Lucas Silva. O volante foi destaque do time de Vagner Mancini nas vitórias sobre Bragantino e Chapecoense, resultados que deram novo ânimo ao clube na briga contra o rebaixamento no Brasileirão.
O seu crescimento vai além de ter marcado um gol em cada um dos jogos e concedido para uma assistência. Seus números mostram que sua influência em campo aumento. A média de passes dele na competição é de 33,5 por jogo, de acordo com dados do Footstats. Contra paulistas e catarinenses, ele foi o jogador gremista que mais tocou na bola. No 3 a 0 sobre o Bragantino foram 47 passes. Diante da Chape, o índice foi de 68.
Visto como um ponto forte em sua carreira, Lucas vinha arrematando pouco no torneio. Sua média geral era de 0,9 finalização a cada 90 minutos. Em Santa Catarina, ele disparou três vezes contra o gol adversário, marcando pela primeira vez com a camisa do clube em uma finalização de fora da área.
A melhora passa por um novo posicionamento. Desde a chegada ao Grêmio, Lucas Silva era escalado como um segundo volante que saia mais para o ataque. Nas últimas partidas, teve um posicionamento mais recuado, ajudando a armar o jogo de trás.
— Isso tem sido importante porque aproveita o passe longo do Lucas Silva. Ele não é tão bom de costas para o gol. Ele é melhor vendo o jogo de frente. Como o Thiago Santos não tem tanta qualidade no passe, se tira ele dessa fase do jogo e usa-se o Lucas Silva, que constrói melhor — opina Gabriel Corrêa, analista tático do portal Footure.
Porém, para Carlos Eduardo Lino, comentarista de Chapecoense x Grêmio no SporTV, há outro fator que deve ser levado em consideração sobre o desempenho do volante nos dois últimos jogos.
— Ele fez aquilo que se espera dele: de ser um meia de balanço ofensivo, que conecte ataque e controle jogo, que saiba pausar o jogo, que chute de média distância. Mas a gente nunca sabe se o crescimento dele tem a ver com o nível do adversário e a velocidade do jogo ou com algo que ele está conseguindo impor. Eu esperaria um pouco mais. Acho ainda que ele é um jogador um pouco lento para o futebol moderno — analisa.
Na terça-feira (23), contra o Flamengo, Lucas Silva tem uma oportunidade para mostrar se trata-se apenas de um momento efêmero ou se ele está vivendo um novo momento.
Os números de Lucas Silva contra Bragantino e Chapecoense:
Passes: 47 e 68
Finalizações: 1 e 3
Desarmes: 2 e 2
Lançamentos: 3 (dois certos) e 4 (dois certos)