A operação de guerra que o Grêmio planeja para a rodada de sexta-feira, contra o Bahia, teve início na quarta-feira (24) com a viagem para Salvador. O trabalho de remobilização já havia começado no vestiário, após o empate com o Flamengo, e seguirá até o momento da partida. Para a "Batalha da Fonte Nova", que, concidentemente, ocorrerá no dia do aniversário de 16 anos da "Batalha dos Aflitos", o time deverá ser bastante modificado com relação ao que vinha começando as partidas.
Há três razões principais para essas mudanças: suspensão, desgaste e opção técnica. Por qualquer um dos motivos, a tendência é de que todos os setores tenham caras novas.
Estão fora, certamente, Lucas Silva, que levou terceiro cartão amarelo, e Jhonata Robert, expulso. No lugar do volante, volta o paraguaio Villasanti. Para a ponta direita, Alisson é o mais cotado, uma vez que Douglas Costa ainda não está 100% recuperado da lesão muscular que o afastou das partidas anteriores.
O excesso de jogos deve tirar Rafinha e Diego Souza do time, recolocando Vanderson e Borja. E o critério técnico devolverá Kannemann aos titulares, já que deverá estar em melhores condições físicas para formar dupla com Geromel.
Lógico que as mudanças ainda não estão confirmadas, mas apontam nesse sentido. Villasanti, por exemplo, era titular até precisar sair para jogar pela seleção paraguai nas Eliminatórias. Como o time venceu sem ele, acabou ficando como opção. Na comparação com Lucas Silva, o estrangeiro oferece menos posicionamento fixo na frente da área e finalizações (segundo o Footstats, Lucas chutou três vezes mais na direção do gol do que Villasanti), mas compensa com dinamismo e desarmes (tem uma média duas vezes superior à do companheiro). O time, assim, tende a ficar mais solto.
— O Grêmio está em um momento que precisa construir os resultados. Só servem vitórias, empatar não leva a lugar algum. Então é hora de atacar mais — opinou o ex-centroavante Walter Casagrande, comentarista da Rede Globo, no programa Seleção SporTV.
Na frente, o substituto de Jhonata Robert tende, mesmo, a ser Alisson. Ao menos no primeiro tempo. No planejamento gremista, Douglas Costa ainda não deve ter condições para atuar mais do que 45 minutos. Assim, possivelmente entre no segundo tempo, quando todos estiverem mais desgastados.
Alisson conta com a simpatia dos treinadores por ser um operário do ataque. Costuma cobrir subidas de laterais e cumprir funções táticas. Além disso, foi responsável por uma importante vitória tricolor em Salvador, na Copa do Brasil de 2019, quando o Grêmio ganhou por 1 a 0, gol seu, e eliminou os baianos. Douglas é o diferencial técnico. Os problemas físicos que o atormentam há bastante tempo, porém, impedem-no de dar com mais frequência o toque de classe reconhecido mundialmente.
Mas nomes à parte, o Grêmio sabe o tamanho da missão. Com o empate diante dos reservas do Flamengo, possivelmente não seja suficiente empatar na Fonte Nova. Será necessário ganhar para ultrapassar os oponentes (que ainda terão um jogo a menos) e sonhar com o 16º lugar.
— Contra o Bahia não tem o que pensar, tem que ir e vencer. Qualquer outro resultado nos custará um esforço ainda maior. É importante porque é adversário direto. Temos de somar pontos, pois estamos chegando no final do campeonato — disse Mancini na entrevista coletiva.
As mudanças poderão arejar o ambiente em um momento tão decisivo.