Quase um mês depois de assumir o comando do Grêmio, Vagner Mancini reencontrará no sábado (13) o América-MG, seu ex-clube. No gramado do Independência, às 18h30min, o treinador verá não somente rostos conhecidos, mas também terá como adversário um time que praticamente não foi modificado por Marquinhos Santos.
O último jogo do técnico gremista foi na derrota por 3 a 1 para o Inter, no Beira-Rio, em 13 de outubro. Dois dias depois, ele retornou para Porto Alegre para ser anunciado pelo Grêmio. O primeiro jogo americano sem o treinador foi no 0 a 0 com o Bahia, quando o interino Diogo Giacomini esteve à frente do time.
Logo depois, Marquinhos Santos foi demitido pelo Juventude e contratado pelo América-MG. A estreia foi no 2 a 0 sobre o Santos, seguido de nova vitória, desta vez sobre o Fortaleza por 2 a 1. Na rodada passada do Brasileirão, o técnico perdeu pela primeira vez ao levar 1 a 0 do líder Atlético-MG. Os resultados deixaram o time na 12ª colocação, com 38 pontos.
Antes de ter o América como adversário, o Grêmio o terá como aliado. Nesta quarta-feira (11), o Coelho enfrenta o Sport, às 21h30min. Os pernambucanos são vizinho de tabela dos gremistas e inimigos na luta para sair do Z-4.
O time que Marquinhos deve escalar na Ilha do Retiro tem Cavichioli; Patric, Eduardo Bauermann, Ricardo Silva e Marlon; Lucas Kal, Juninho e Alê; Ademir, Mauro Zárate e Felipe Azevedo — praticamente o mesmo time base da época de Manicini. Nominalmente, a principal mudança foi a ida do centroavante Ribamar para o banco de reservas.
— Ele (Marquinhos) foi escolhido como substituto do Mancini justamente por ter a mesma filosofia de jogo, e seria até burrice dele se mudasse radicalmente na reta final de campeonato, sem tempo pra treinar — avalia Emerson Romano, setorista do América-MG na Rádio Itatiaia.
As características da equipe também foram mantidas. Marquinhos deu continuidade a um sistema sólido na defesa e rápido para concluir as jogadas. A principal diferença está no tempo que o time passa com a bola.
— O Mancini gostava de um jogo mais vertical. O Marquinhos quer ter verticalidade, mas vêm nos cobrando para ter um jogo apoiado, principalmente quando estamos na frente no placar — explicou o meia Alê, em entrevista coletiva.
Mas a mudança ainda não se refletiu de forma significativa nos números, segundo dados do Footstats. O América-MG tem posse de bola de 48% no Brasileirão. Nos jogos sob o comando de Marquinhos, foi de 49,6%.
Em tempos bicudos para o Grêmio, ter um técnico que conhece todos os detalhes do adversário pode ser a vantagem que faça a diferença para embolsar mais três pontos.