O domingo (26), que havia iniciado repleto de expectativa, terminou de forma melancólica para o torcedor gremista. Bastava uma vitória simples em Curitiba, diante de um Athletico-PR que preservava titulares para a semifinal da Copa Sul-Americana, para que o clube enfim deixasse a zona de rebaixamento do Brasileirão. Porém, o Tricolor foi dominado do início ao fim e acabou derrotado por 4 a 2.
O resultado, além de ressuscitar alguns questionamentos que pareciam superados, fez com que o Grêmio interrompesse sua reação no campeonato, encerrando a rodada no incômodo 18º lugar na tabela.
— Nós concedemos ao Athletico-PR aquilo que ele queria, que era jogar em cima da gente. Não aprofundamos a bola em quase nenhum momento. Não jogamos a bola nas costas do adversário. Quisemos sair jogando de forma tranquila, pelo chão, onde o Athletico-PR nos pressionou. Cometemos alguns erros que em outros jogos não cometemos e pagamos caro — avaliou o técnico Luiz Felipe Scolari, único a conceder entrevista após o jogo.
Apesar de repetir a mesma escalação que superou o estrelado Flamengo no Maracanã há uma semana, o técnico Felipão reconheceu que a postura do time na Arena da Baixada esteve abaixo animicamente.
Foram tantos erros cometidos, individuais e coletivos, que os paranaenses saíram para o intervalo vencendo por 2 a 0, com Pedro Rocha fazendo valer a “lei do ex”. Logo, a estratégia de um meio-campo recheado teve de ser modificada para a segunda etapa.
— Contra o Flamengo, jogamos com três volantes e fomos muito bem. Então, em determinados momentos, teremos um dia que não vai dar certo. Foi o dia de hoje (domingo). Quando colocamos dois volantes e um meia, conseguimos fazer dois gols, mas tomamos mais dois. Então, temos que buscar o equilíbrio. Não vou pensar de acordo com o que dizem A ou B. Eu que vejo a semana toda e acho que temos de escalar este time. Agora vamos jogar duas partidas em casa e temos que fazer pontos necessários para respirar melhor — comentou o treinador.
E para o primeiro desafio como mandante, contra o Sport, no próximo domingo, a projeção deste final de semana se repetirá. Inicialmente, será preciso torcer por tropeços de rivais diretos, como Bahia, Santos e América-MG. E, depois disso, fazer a sua parte dentro de campo, quem sabe, oficializar a tão sonhada fuga do Z-4.
Contudo, a estratégia do treinador pode ser alterada. O tripé de volantes, por exemplo, poderá ser desmanchado. Douglas Costa, que voltou a jogar após um mês de recuperação por conta de uma lesão muscular na coxa esquerda, pode aparecer como titular diante dos pernambucanos.
Uma possibilidade, no entanto, pode ser riscada: o colombiano Jaminton Campaz. Uma das contratações mais caras da história gremista, o meia-atacante assistiu a toda a partida do banco de reservas e, pelas palavras do comandante tricolor, deve continuar por lá.
— Depende de como a gente vai jogar, de como a gente vai se posicionar contra o adversário. Se precisarmos jogar com ofensividade total, mesmo correndo totais riscos, como fizemos nos últimos 15 minutos aqui (em Curitiba), pode ser que façamos isso. Se não, vamos tentar ter equilíbrio. E equilíbrio quer dizer colocar as pessoas que achamos que podem dar o estilo de jogo que queremos. Então, o Campaz tem possibilidade de entrar no time, no início ou no decorrer do jogo. Mas não tem nada de diferente, ele é igual aos outros — declarou Felipão.
Com a segunda-feira (27) de folga, o elenco gremista se reapresentará no CT Luiz Carvalho na tarde de terça (28). Portanto, serão cinco dias para trabalhar eventuais alterações no plano de jogo e até o lado psicológico dos atletas. Tudo para evitar novas e maiores decepções com a que foi vivida na capital paranaense.